Panorama internacional

Baerbock viaja para a Ucrânia sob fogo da esquerda e da direita: 'Talvez devesse ficar em Kiev'

A ala do Partido Verde na coligação liderada pelo Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD, na sigla em alemão), do chanceler Olaf Scholz, tem estado entre as vozes mais altas a favor da ajuda militar a Kiev durante a operação russa de desnazificação da Ucrânia.
Sputnik
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, integrante do Partido Verde, foi alvo de críticas pela sua última visita não anunciada à Ucrânia, nesta segunda-feira (11), na qual prometeu apoio ao regime radical contra a Rússia. Em Kiev, ela disse que o governo de coligação liderado pelos social-democratas daria suporte à ambição do presidente Vladimir Zelensky de aderir à União Europeia.
Os leitores de um jornal alemão que noticiou a viagem expressaram raiva e frustração pela ida de Baerbock à capital ucraniana na seção de comentários da reportagem.

Entre protestos ao fato de que o Estado alemão tem gasto recursos públicos para que a ministra discurse sem usar a diplomacia — prerrogativa de seu cargo —, Baerbock despertou a revolta dos leitores. "Talvez Baerbock devesse ficar em Kiev. Aparentemente essa mulher pode fazer mais pela Ucrânia do que pelo seu próprio país", declarou um deles. Outro chegou a sugerir que "seria melhor se ela ficasse por lá e se tornasse ministra das Relações Exteriores da Ucrânia".

Markus Frohnmaier, porta-voz da Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) e membro do Bundestag (Parlamento alemão), criticou Baerbock e o colega de Partido Verde desta, Robert Habeck, vice-chanceler, por colocarem os interesses de outros países antes dos seus.
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"O governo alemão não se preocupa com os seus próprios cidadãos. Baerbock e Habeck estão apenas preocupados com os interesses da política externa e econômica no exterior", disse Frohnmaier.

Petr Bystron, deputado da AfD e colega de partido de Frohnmaier, perguntou por que a ministra das Relações Exteriores "ainda estava no Bundestag e não na Ucrânia?".
O deputado do partido A Esquerda (Die Linke) Sevim Dagdalen disse que Baerbock deveria aproveitar a sua estreita relação com o membro dominante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), os EUA, para fazer lobby para que as acusações contra o fundador do Wikileaks, Julian Assange, ainda definhando em uma prisão britânica à espera de extradição, fossem retiradas.

"É bom que Baerbock possa trabalhar com amplo apoio da mídia, da cultura e da política durante as suas conversações nos EUA para garantir que Julian Assange não permaneça mais na prisão e seja finalmente libertado — ela tem apenas que fazê-lo", postou Dagdalen em sua conta no X (anteriormente Twitter).

Outro utilizador da rede escreveu que a preocupação da ministra alemã com o bem-estar dos civis ucranianos era injustificada, explicando que "Baerbock não entraria em Kiev a menos que fosse seguro e não houvesse invasão russa".
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