"A ideia de que os investimentos destinados aos projetos estratégicos das Forças Armadas podem fomentar o desenvolvimento industrial e o crescimento econômico do país é o que ajuda a explicar a inclusão da Defesa no programa. No entanto, é preciso apontar a escassez de estudos que fundamentem essa correspondência. É fundamental lembrar que durante o período da transição do governo, não foi estabelecido um grupo de trabalho para a Defesa. A falta de uma discussão ampla, aberta e bem-informada sobre a política de defesa do país cede espaço para que seu instrumento armado oriente essa política em favor de interesses corporativos", avalia.
"Quando a gente olha para a Defesa do Brasil, quase 80% do orçamento é gasto com folha de pagamento. Com um orçamento composto dessa maneira, de fato é muito difícil a gente poder se equiparar a outros países do BRICS, por exemplo. O foco do orçamento não é em desenvolvimento de ciência e tecnologia voltada para a área militar. O foco do orçamento é comprar equipamentos prontos de outros países. Além de não ter investimento suficiente para comprar equipamentos, não há política para pensar em uma produção nacional", afirma a especialista.