Varsóvia aprovou planos para obter outros 486 lançadores do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars), que espera começar a produzir internamente a partir do final de 2025, no âmbito de uma joint venture com a empresa de defesa norte-americana Lockheed Martin.
"Nosso objetivo é criar uma situação em que um Exército polonês forte realmente dissuada o agressor, e nós faremos isso", disse o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak, na segunda-feira (11), em um comunicado anunciando a aquisição dos Himars, citando a percepção de uma suposta ameaça de expansionismo russo.
"Como já declarei muitas vezes, dentro de dois anos, a Polônia terá o Exército terrestre mais forte, e um dos componentes mais importantes deste Exército será a artilharia de foguetes", acrescentou.
O último pedido Himars da Polônia está programado para entrega a partir do final de 2025. Combinado com a compra do sistema de artilharia fabricado nos EUA em 2019, o último acordo lhe dará um total de 500 unidades do sistema.
No entanto, os empreiteiros militares ocidentais têm lutado para acompanhar a crescente procura do seu hardware em meio ao conflito Rússia-Ucrânia. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, alertou no início deste ano que o bloco militar ocidental é incapaz de produzir projéteis de artilharia com rapidez suficiente para corresponder à taxa de disparo da Ucrânia.
A Lockheed Martin disse que vai trabalhar com a indústria polonesa na adaptação dos kits de módulo lançador-carregador Himars para serem montados em caminhões Jelcz 6x6 de fabricação polonesa.
Os empreiteiros poloneses também esperam ser licenciados para produzir munições Himars. "Esperamos garantir, em conjunto, que a Polônia e toda a região se mantenham à frente das ameaças emergentes à segurança", disse a executiva da Lockheed Martin, Paula Hartley.
O conflito na Ucrânia também deu às forças russas ampla prática no combate ao sistema Himars. O Ministério da Defesa ucraniano reconheceu em julho que a Rússia tinha encontrado formas de bloquear o sistema orientador de GPS dos seus foguetes fabricados nos Estados Unidos, reduzindo a sua eficácia.
Os principais empreiteiros poloneses envolvidos no programa Himars vão incluir Polska Grupa Zbrojeniowa (PGZ), Huta Stalowa Wola (HSW), WZU e MESKO. Dado que um lançador Himars e a sua munição associada custam cerca de US$ 5,1 milhões (cerca de R$ 25,1 milhões), a aposta da Polônia no sistema fabricado nos EUA pode ser avaliada em cerca de US$ 2,5 bilhões (aproximadamente R$ 12,3 bilhões).
As baterias Himars instaladas no sistema de artilharia montado em caminhão Homar-A da Polônia vão ser capazes de disparar seis foguetes em rápida sucessão a distâncias de 70 quilômetros, disse a Lockheed Martin. Os caminhões também vão ser capazes de lançar projéteis do Sistema de Mísseis Táticos do Exército dos EUA MGM-140 (ATACMS) em alcances de até 300 quilômetros.