O primeiro julgamento no STF do réu Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da companhia de saneamento de São Paulo (Sabesp) por sua atuação nos ataques de 8 de janeiro, nesta quarta-feira (13), deixou frente a frente Alexandre de Moraes e um desembargador aposentado que já acusou o ministro de "inflamar" o Brasil no discurso de posse em 2022 como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo Sebastião Coelho da Silva, Moraes fez uma "declaração de guerra ao país" em sua fala diante do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL) e de outros ex-presidentes, em vez de adotar tom conciliatório no TSE.
O desembargador aposentado que representa o réu, usou da tribuna para fazer uma defesa de si mesmo antes de argumentar em defesa de seu cliente. Em uma tentativa de "partir para o tudo ou nada", a defesa acusou Moraes de ser suspeito para julgar o caso, algo que foi rebatido pelo ministro ao citar os mais de mil acórdãos do STF sobre o tema.
De acordo com a Folha de S.Paulo, em agosto de 2022, o então desembargador fez críticas ao ministro em sessão do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRF-DF), tribunal do qual ele era vice-presidente e alegou ter sido intimidado pelo Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ).
"Sou um homem idoso, 68 anos, com alguns probleminhas de saúde, que posso morrer a qualquer momento e não tenho mais tempo para ter medo de nada", afirmou o desembargador aposentado.
Além de tentar defender a hipótese de que o julgamento "não serve ao Brasil", tentando atribuir desimportância à pauta, o advogado disparou contra o STF.
"Eu quero dizer, com muita tristeza, que nessas bancadas aqui, nesses dois lados, estão as pessoas mais odiadas desse país. Infelizmente. Quantas fotos tenho com ministros dessa corte?", questionou o advogado.
Além de Pereira, o STF pretende julgar outros três réus dos ataques às sedes dos três Poderes em sessões nesta quarta e quinta-feira (14), que se iniciam pela manhã e devem durar até o fim da tarde. Cada uma das quatro ações será julgada individualmente.