O governo dos EUA está ficando sem financiamento para manter o fluxo de munições para militares ucranianos. O alerta foi dado pelo senador democrata Chris Murphy, em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (19).
Ele acrescentou que a medida provisória apresentada pelo Partido Republicano para manter gastos de curto prazo, intitulada Resolução Contínua, pode ser desastrosa para a contraofensiva do regime de Kiev caso aprovada.
"Estamos ficando sem financiamento para manter o fluxo de munição para o Exército ucraniano. É tão irresponsável, tão perigoso para os republicanos da Câmara mostrarem ao mundo o potencial abandono desse aliado [Ucrânia]", disse o senador.
Atualmente os republicanos controlam a Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso dos EUA, que controla as dotações financeiras. Elaborada pela maioria republicana, a Resolução Contínua não abrange mais ajuda militar a Kiev, especialmente no que tange ao envio de armas e munições.
O envio de ajuda financeira, militar e humanitária à Ucrânia vem perdendo apoio entre congressistas, especialmente republicanos. Os EUA já gastaram mais de US$ 100 bilhões (R$ 486,8 bilhões) em suporte ao regime de Kiev, somando equipamentos militares e ajuda econômica e humanitária. Paralelamente, o país enfrenta sérias dificuldades financeiras. Na segunda-feira (18), pela primeira vez a dívida pública dos EUA superou a marca de US$ 33 bilhões (cerca de R$ 160 bilhões).
O apoio à ucrânia também vem minando a aprovação do governo do presidente americano, Joe Biden, e colocando em xeque o apoio do Partido Democrata à candidatura à reeleição do presidente em 2024.
Nesta terça-feira, em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, a crise climática foi prioridade no discurso de Biden, enquanto a Ucrânia perdeu espaço. Embora tenha reafirmado o apoio ao regime de Kiev, o presidente americano falou menos sobre o conflito neste ano do que no discurso de 2022.
A Ucrânia lançou a sua mais recente contraofensiva no início de junho, chamada campanha de verão. Três meses depois, o presidente russo, Vladimir Putin, informou que a contraofensiva ucraniana falhou, com a Ucrânia sofrendo 71 mil baixas. Vários analistas ocidentais também admitiram que a contraofensiva ucraniana não obteve sucesso em nenhuma das frentes.