Panorama internacional

Presidente da Câmara dos EUA nega destaque a Zelensky e pretende realizar reunião privada, diz mídia

O presidente ucraniano não vai poder se dirigir à Câmara dos Representantes para apelar por mais ajuda para a Ucrânia.
Sputnik
O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, decidiu não permitir que o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, discursasse na Câmara durante a sua visita ao Capitólio nesta quinta-feira (21), informou o jornal The New York Times.
O principal legislador do Partido Republicano vai realizar uma reunião privada com Zelensky, informou o jornal ainda ontem (20). Os representantes que quiserem ouvir o líder ucraniano vão poder fazê-lo no Arquivo Nacional, em um evento organizado pelo Congressional Ukraine Caucus. O Senado vai receber o chefe de Estado visitante, conforme solicitado.
Zelensky viajou para os Estados Unidos nesta semana para fazer um discurso na Assembleia Geral da ONU (AGNU) e para exortar as autoridades norte-americanas a manterem o apoio a Kiev. A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, pediu ao Congresso que autorizasse um adicional de US$ 24 bilhões (cerca de R$ 118,1 bilhões) em assistência à Ucrânia, e Zelensky esperava que o seu apelo pessoal facilitasse a sua aprovação.
Embora apoiar a Ucrânia contra a Rússia continue a ser uma posição popular para os republicanos, há sinais crescentes de resistência à manutenção do atual nível de assistência.

"Não há dinheiro na Câmara neste momento para a Ucrânia. Não está lá", disse o deputado Byron Donalds, da Flórida, aos jornalistas antes da visita de Zelensky.

Panorama internacional
Analista: carreira de Zelensky está na mão de oligarcas ucranianos e da indústria militar dos EUA
"Para ser franco, temos um déficit de US$ 2 trilhões [cerca de R$ 9,8 trilhões]. Qualquer dinheiro que dermos à Ucrânia, estaremos emprestando do nosso futuro", acrescentou, afirmando que "não era um bom momento" para a visita de Zelensky.
McCarthy também questionou o nível de ajuda militar à Ucrânia, questionando "Zelensky foi eleito pelo Congresso? Ele é seu presidente? [...] Eu tenho perguntas para ele. Onde está a responsabilidade [referindo-se a uma prestação de contas] pelo dinheiro que já gastamos? Qual é o plano para a vitória? Acho que é isso que o público americano quer saber", destacou.
O ceticismo nos Estados Unidos tem sido alimentado por preocupações de corrupção na Ucrânia. Semanas antes da sua viagem a Nova York, Zelensky demitiu o seu ministro da Defesa, que foi amplamente considerado incapaz de combater a corrupção no seu ministério.
Nesta semana, a Reuters citou um executivo ucraniano da construção, que acusou Oleg Tatarov, agora assessor sênior do presidente para aplicação da lei, de ter um histórico de suborno às autoridades. Tatarov rejeitou as acusações como um ataque com motivação política.
Comentar