Operação militar especial russa

Analista: chegada dos tanques Abrams pode significar um pesadelo logístico para militares ucranianos

Enquanto as forças de Kiev continuam demonstrando uma aptidão notável para fazer com que os seus soldados sejam mortos, mas não conseguem prevalecer no campo de batalha, enquanto seus patrocinadores ocidentais continuam a bombear fundos e armamentos para o país, na aparente esperança de prolongar o conflito o máximo possível.
Sputnik
O presidente dos EUA, Joe Biden, gabou-se esta semana de que o primeiro carregamento dos tanques principais de batalha M1 Abrams deve chegar à Ucrânia no final deste mês.
O governo dos EUA se comprometeu até agora a fornecer à Ucrânia cerca de 31 tanques Abrams, mas resta saber se esta quantidade vai ser suficiente para se tornar uma espécie de mudança de jogo no conflito.
O analista militar e coronel russo reformado, Anatoly Matviychuk, também salientou que este carregamento em particular vai criar uma série de problemas logísticos para as forças ucranianas e os seus apoiantes.
Embora certos procedimentos de manutenção, como a reparação de pistas, possam ser realizados no campo, a manutenção do motor do tanque requer "condições de laboratório especializadas", algo que falta atualmente à Ucrânia, disse Matviychuk.
Para corrigir este problema, os EUA teriam de estabelecer algum tipo de instalações de reparação no terreno em solo ucraniano, embora esta questão não pareça ser uma prioridade para eles neste momento devido ao número relativamente pequeno de tanques Abrams enviados, adicionou o analista.
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"Eles vão enviar cerca de dez a 15 tanques no início, sendo o número total de 30 tanques a serem embarcados. Isso exigirá a criação de um centro logístico, o que será caro", observou ele.
Segundo Matviychuk, a manutenção do canhão do Abrams e dos sistemas de mira eletrônica também vai exigir esforços de um número considerável de pessoal qualificado.
"Portanto, tudo isso requer um grande número de pessoal de manutenção. Por exemplo, um batalhão de tanques dos EUA requer um batalhão de manutenção de cerca de 500-600 pessoas que deve cuidar da manutenção e reparo do equipamento do batalhão de tanques", explicou.
O fato de os tanques Abrams utilizarem combustível de aviação, que a Ucrânia não produz, também representa um desafio adicional para a logística militar, observou o analista.
A implantação de tanques Abrams na Ucrânia também exigiria o fornecimento às forças ucranianas de veículos blindados de recuperação capazes de rebocá-los, veículos de varredura de minas e de engenharia necessários para facilitar o movimento das colunas de tanques Abrams e veículos blindados de reconhecimento dedicados, sugeriu Matviychuk.
"Basicamente, um tanque requer cerca de 12 tipos diferentes de veículos que ajudariam a mantê-lo em combate", disse ele.
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Em suma, Matviychuk especulou que os tanques Abrams fornecidos à Ucrânia partilharão o destino dos tanques Leopard alemães, cujos restos carbonizados serviram recentemente como testemunho do fracasso da "contraofensiva" de Kiev.
"Eles serão destruídos ou acabarão quebrando durante o primeiro combate, e os soldados ucranianos simplesmente os abandonarão", disse ele.
De acordo com Matviychuk, os próprios EUA podem não estar interessados em ver os tanques M1 Abrams destruídos em massa pelas forças russas, o que seria um duro golpe para a imagem cuidadosamente construída destes tanques.
Isto, juntamente com o fato de não ser exatamente claro como os tanques Abrams se sairiam nas condições de outono e inverno (Hemisfério Norte) na zona de conflito, levanta questões sobre quando ao certo as tropas russas vão poder ficar cara a cara com estes tanques, pontuou o analista.
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