O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, alertou o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, contra novos insultos à Polônia.
"Quero dizer a [Vladimir] Zelensky para nunca mais insultar os poloneses da forma como insultou recentemente durante o seu discurso na ONU. Os poloneses nunca permitirão isso", disse Morawiecki durante uma reunião com eleitores, que foi transmitida pela TVP.
Morawiecki destacou que a Polônia conhece seus interesses no atual contexto geopolítico global e pretende defendê-los. Ele afirmou ainda que seu país vem ajudando o regime de Kiev de forma ativa, organizando o envio de armas fornecidas pelo Ocidente.
"Agora estamos, principalmente, nos armando. Mas o centro em Rzeszow, um centro logístico especial, opera e continuará operando em cooperação com nossos aliados", disse o primeiro-ministro.
As relações entre Polônia e Ucrânia vêm se deteriorando nas últimas semanas. A rusga teve início quando a Polônia decidiu descumprir a decisão da Comissão Europeia de suspender o embargo aos grãos ucranianos.
Os governos de Polônia, Hungria e Eslováquia afirmaram que não vão cumprir a decisão, como forma de proteger a agricultura de seus países, afetados pela crise gerada pela entrada em massa de grãos ucranianos.
Dias depois, Morawiecki anunciou que a Polônia iria suspender o envio de armas à Ucrânia, para priorizar o aparato bélico de seu país.
A situação piorou após Zelensky criticar a decisão da Polônia em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, quando afirmou que o apoio de seus aliados do leste não passava de um "teatro político".
Em resposta, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, em entrevista a jornalistas em frente à sede da ONU, em Nova York, comparou a Ucrânia a um homem que se afoga, tenta se agarrar a tudo e ameaça afogar aqueles que tentam ajudá-lo.
Para alguns analistas, as rusgas com a Polônia, antes uma ferrenha aliada da Ucrânia, são um sinal de que o regime de Kiev começa a perder apoio no Ocidente.