Nesta sexta-feira (22), as forças da Ucrânia dispararam mísseis contra o Quartel-General da Frota do Mar Negro da Rússia. O Ministério da Defesa da Rússia comunicou o desaparecimento de um militar e danos a um prédio histórico do Quartel-General da Frota do Mar Negro.
Na opinião de um especialista militar, o ataque não seria possível sem a ajuda vital dos países ocidentais, e os supostos mísseis ucranianos Neptun devem ser na realidade britânicos.
"É claro que tudo isso é desenvolvido com a ajuda de curadores e 'chefes' [ocidentais]. [...] Esses são dados de inteligência – os drones estratégicos navais dos EUA estão constantemente por lá, esses são dados da aviação estratégica, que está em águas neutras do mar Negro. Trata-se de reconhecimento espacial, especialmente [de] satélites que ficam em órbitas baixas", explicou Vasily Dandykin, capitão de 1ª classe na reserva, à Sputnik.
Ele detalhou que a inteligência americana repassa a Kiev todo o tipo de informações sobre as defesas antiaéreas russas. No entanto, diz, durante um ataque em massa de drones na quinta-feira (21), todos eles foram derrubados, o que demonstra a prontidão russa para tais ataques.
"Bem, precisamos levar tudo isso em consideração. E, é claro, onde estão esses remanescentes do Quartel-General das forças navais ucranianas, segundo dizem, em Odessa. [...] Segundo se sabe, também atingimos Kiev hoje, e eles dizem que lá caiu tudo o que devia ter caído. O inimigo está respondendo, usando mísseis de cruzeiro, em sua maioria importados, embora eles ainda tenham alguns soviéticos modernizados, como o sistema Neptun. Creio que eles estão atacando principalmente do sul da Ucrânia, de Odessa", apontou.
O especialista militar considerou que se tratava de mísseis britânicos Storm Shadow, havendo também semelhanças com os SCALP franceses.
"Temos que ter em conta que essa é provavelmente a única coisa que eles são capazes de fazer no momento, na situação em que se encontra a contraofensiva. Isso é para atingir nossos territórios e os antigos, bombardeando a região de Bryansk, a região de Belgorod, a região de Kursk. Isso é para atingir a região de Kherson, Zaporozhie, incluindo a usina nuclear, e, consequentemente, as sofridas Donetsk e Gorlovka", disse Vasily Dandykin.
"Eles não poupam projéteis aqui, embora sempre reclamem que estão faltando. [O presidente americano Joe] Biden também lhes deu munições de fragmentação. É pura bestialidade atirar em civis, precisamos ser ainda mais vigilantes e mais eficazes, é isso que posso dizer. Precisamos também atingir os centros de tomada de decisão, para que nós e eles possamos ver como é, porque enquanto eles estiverem passeando por lá e todos vão às boates, isso também não é muito bom", sugeriu o capitão russo.