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Múcio diz que militares golpistas não queriam deixar o poder

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta sexta-feira (22) que pôde notar durante o período de transição de governo que alguns dos antigos comandantes militares do governo "não desejavam largar o poder".
Sputnik
A declaração vem dentro do contexto da delação premiada de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria admitido ter participado de discussões sobre um plano de golpe de Estado. Segundo Cid, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier teria aceitado participar do golpe, enquanto militares do Exército ficaram reticentes.

"Ele [Garnier] não me recebeu. Eu percebia. Os outros comandantes me receberam. A gente via, os jornais falavam. A gente percebia que muita gente não desejava largar o poder", disse Múcio na saída do prédio do Ministério da Defesa nesta manhã, em conversa com jornalistas.

Na útima quinta-feira (21), Múcio também teceu comentários sobre as ações do ex-comandante da Marinha, afirmando que sabia da "inclinação golpista" de Garnier.
"É uma coisa pessoal. Sabia, mas ele passou. Olha, ele não me recebeu para conversar, depois nós nos encontramos, eu conversei. Mas era uma posição pessoal, havia um presidente eleito, havia um presidente empossado, a Justiça promulgou, de maneira que nós estávamos 100% do lado da lei, e ele não."
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Delação de Mauro Cid revela que Bolsonaro se reuniu com cúpula militar e avaliou golpe de Estado

Garnier pode ser chamado para depor em CPI

A CPI dos Atos Golpistas ainda estuda se convocará ou não o almirante Garnier. A relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), defende sua convocação. Já o presidente da CPI, Arthur Maia (União-BA), afirmou que deve esperar para decidir a inclusão do requerimento na pauta até a próxima terça-feira (26), dia em que ocorrem as votações de requerimentos.
Múcio, quando questionado, afirmou que a CPI tem soberania para decidir essas questões e que não vai se envolver nesses procedimentos.
"Eles são soberanos, o presidente e a relatora, a CPI e o Congresso. Podem convocar quem quiser. Eu acho que, se for para esclarecer, eles têm toda a autoridade e têm poder para fazer isso", afirmou o ministro.
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