O BRICS está prosseguindo com seus esforços para atingir seu objetivo de "derrubar o dólar americano como moeda global dominante", escreve no sábado (23) o jornal norte-americano New York Post (NYP).
O NYP se referiu à cúpula do grupo na África do Sul em agosto, quando a aliança "deu um passo importante para flexionar sua força monetária comum". Durante o encontro, seis novos membros receberam sinal verde para ingressar na organização, incluindo a Arábia Saudita, Argentina, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã. Atualmente o grupo é composto pela África do Sul, o Brasil, a China, Índia e a Rússia.
Como resultado, acrescentou o jornal, o BRICS agora reúne seis dos maiores produtores de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, o Brasil, a China, os Emirados Árabes Unidos, o Irã e a Rússia. Os esforços do grupo para reduzir "o domínio de décadas do dólar e acabar com seu uso como pagamento preferencial para a única mercadoria que ainda domina o comércio global: o petróleo" são possíveis porque com isso a "influência do grupo no mercado de petróleo nunca foi tão grande", o que permite usar moedas nacionais mais.
O processo de "desdolarização" da economia mundial estaria assim repleto de "consequências perigosas" para os EUA, principalmente porque a diminuição da importância do dólar permitiria que o Irã e a Rússia "se tornassem imunes" às sanções que Washington impôs anteriormente a eles, aponta a mídia norte-americana.
Enquanto isso, a Índia começou a pagar por algumas importações de petróleo russo em yuans chineses, e a China também começou a usar sua moeda para pagar Moscou pela maioria de suas importações de energia no primeiro trimestre deste ano.
Durante a cúpula do BRICS em agosto, Vladimir Putin, presidente da Rússia, ressaltou que Moscou e seus parceiros do BRICS estão trabalhando para aperfeiçoar os mecanismos de acordos mútuos e controle monetário e financeiro, que a desdolarização dentro do BRICS é "irreversível", e que está ganhando ritmo.
Lula da Silva, presidente do Brasil, referiu a mesma ideia durante sua visita à China em abril de 2023.
"Quem decidiu que é era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como padrão?", perguntou o mandatário.