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Justiça do Distrito Federal torna Bolsonaro réu por incitação ao crime de estupro

Ação penal tem como foco a discussão que Bolsonaro teve em 2014, na Câmara dos Deputados, com a deputada Maria do Rosário.
Sputnik
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro se tornou réu nesta terça-feira (26), na Justiça do Distrito Federal, por incitação ao crime de estupro.
A denúncia foi acolhida pelo juiz Omar Dantas de Lima, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), e remete ao comentário feito por Bolsonaro em 2014, quando era deputado federal, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, Bolsonaro disse que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ele a considerava muito feia.
Em junho de 2016, Bolsonaro chegou a ser réu em duas ações penais envolvendo o caso. Na ocasião, a denúncia foi aceita pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao acatar a denúncia, o colegiado concluiu que Bolsonaro havia ofendido a honra da colega, além de ter incitado a prática de estupro.
As ações, no entanto, foram suspensas em 2019, após Bolsonaro assumir a Presidência da República. Isso porque a Constituição determina que presidentes da República, no exercício do mandato, não podem responder a processos por atos anteriores.
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Em junho deste ano, seis meses após Bolsonaro deixar a presidência, o ministro Dias Toffoli, do STF, determinou o envio do caso à Justiça do DF. A decisão do ministro atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Ela destacou que Bolsonaro não tem mais foro privilegiado, por isso os casos deveriam seguir para julgamento na primeira instância.
Nesta terça-feira, Bolsonaro se defendeu em uma postagem na rede social X. Ele afirmou ser vítima de perseguição política.
"Mais uma: agora de fato de 2014. A perseguição não para! Defendemos desde sempre punição mais severa para quem cometa esse tipo de crime e justamente quem defende o criminoso agora vira a 'vítima'. Fui insultado, me defendo e mais uma vez a ordem dos fatos é modificada para confirmar mais uma perseguição política conhecida por todos!", escreveu o ex-presidente.
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