"O mais recente conflito causado pela política de Bruxelas de apoio abrangente a Kiev é o problema do aumento da importação para a UE de produtos agrícolas ucranianos, que enfrentam Bratislava, Budapeste e Varsóvia. E não é só para eles que pode se tornar séria a questão de quanto tempo as capitais europeias estarão dispostas a sofrer prejuízos em nome da 'luta de Kiev pelo destino da Europa'. Enquanto as ações dos três Estados-membros da UE que têm fronteiras com a Ucrânia, e que se recusaram a se submeter a condições desfavoráveis, podem se tornar um exemplo contagioso para outros países do bloco", observa Logvinov.
Ele salientou que, recentemente, as decisões políticas da UE entram cada vez mais em confronto com os interesses econômicos dos países-membros e de setores inteiros de suas economias.
Segundo o diplomata, é difícil falar agora do mercado único da UE, "quando algumas capitais europeias estabelecem restrições nacionais ao fornecimento de produtos, e outros seguem a linha de Bruxelas para retirar tais medidas".
Na semana passada, a Comissão Europeia decidiu não estender as restrições às importações de produtos agrícolas da Ucrânia impostas por cinco países da União Europeia que fazem fronteira com a Ucrânia, mas obrigou Kiev a tomar medidas para controlar as exportações. Depois disso, as autoridades da Eslováquia, Hungria e Polônia anunciaram a manutenção unilateral da proibição.
Em 19 de setembro, a Ucrânia entrou com processo judicial contra Polônia, Hungria e Eslováquia na Organização Mundial do Comércio (OMC) para demandar a retirada de embargo imposto contra a sua exportação de grãos. Esta ação causou indignação nos países mencionados.