Panorama internacional

Berlim se recusa a classificar nacionalistas ucranianos como extremistas de direita, diz parlamentar

Enquanto condena qualquer forma de extremismo de direita, racismo e antissemitismo, o governo alemão não vai descrever com essas mesmas palavras colaboracionistas ucranianos. É o que acusa a deputada Sevim Dagdelen, do Partido de Esquerda alemão, em resposta ao gabinete do governo central do país.
Sputnik
Entre tais colaboracionistas, a parlamentar citou o nazista Stepan Bandera, a Divisão Galícia (que atuou em conjunto com a SS, exército paramilitar do Partido Nazista, durante a Segunda Guerra Mundial), o Exército Insurreto Ucraniano e o Batalhão Azov (esta organização terrorista proibida na Rússia).

"O governo federal não está preparado para apoiar as avaliações e declarações jurídicas contidas no prefácio e nas perguntas [enviadas pelo Partido de Esquerda], em particular no que diz respeito à classificação geral de certos grupos ou pessoas (históricas) como extremistas de direita, antissemitas, anticiganos ou racistas", disse, conforme divulgado pelo jornal alemão junge Welt.

Em sua resposta ao meu pedido, o Governo Federal "expressamente" rejeita "grupos ou pessoas (históricas)" como Stepan Bandera, a Divisão [...] "Galícia", a OUN ou UPA [Exército Insurreto Ucraniano] e o Regimento Azov em todos os níveis "como extremistas de direita, antissemitas, anticiganos ou de outra forma racistas". O @jungewelt gentilmente documenta todo o pedido com as respostas escandalosas.
A deputada questiona ainda se o governo percebe que os membros do Exército Insurreto Ucraniano, pelo menos temporariamente, colaboraram com o Reich nazista e cometeram milhares de assassinatos de civis, especialmente poloneses, judeus e ciganos.
A esquerda também quis saber até que ponto o governo federal considera necessário opor-se ativamente ao branqueamento empreendido por esse grupo e por figuras históricas associadas a Stepan Bandera, dado que o antissemitismo não pode ser tolerado na Alemanha, que "aprendeu a sua lição com a história".
Apesar das provas da manifestação do neofascismo na Ucrânia, o governo alemão respondeu que "não possui os seus próprios dados" sobre esses incidentes. Mas ao mesmo tempo enfatizou que condena "qualquer forma" de extremismo de direita, racismo e antissemitismo.
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Homenagem a herói ucraniano nazista

Sevim Dagdelen ainda lembrou que, durante visita do presidente Vladimir Zelensky ao Canadá, o Parlamento local prestou homenagem ao soldado ucraniano Yaroslav Hunka, que é nazista.
O episódio levou à renúncia do presidente da Casa legislativa, Anthony Rota.

"A negação real das conclusões científicas dos estudos internacionais sobre o Holocausto, devido a alegada ignorância, está claramente integrada a uma série de incidentes, como a homenagem inaceitável ao soldado Yaroslav Hunka, dado como herói ucraniano no Parlamento do Canadá", comentou.

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Anteriormente, um representante do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Sebastian Fischer, disse que a embaixadora alemã no Canadá, Sabine Sparwasser, esteve presente na homenagem a Yaroslav Hunka.
Durante a ovação, todos os presentes, incluindo o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, além de Zelensky e sua esposa, saudaram várias vezes o soldado com aplausos de pé.
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