A Coreia do Norte anunciou nesta quinta-feira (28) que adotou uma emenda constitucional para sua política em relação à força nuclear.
"A política de construção de força nuclear da RPDC tornou-se permanente como a lei básica do Estado, que ninguém está autorizado a desprezar com nada", disse o líder norte-coreano Kim Jong-un, dirigindo-se ao parlamento, segundo a Reuters.
O líder prosseguiu destacando "a necessidade de avançar com o trabalho para aumentar exponencialmente a produção de armas nucleares e diversificar os meios de ataque nuclear e implantá-los em diferentes serviços", acrescentando que os exercícios militares dos Estados Unidos e a implantação de meios estratégicos na região eram provocações extremas.
A Assembleia Popular Suprema adotou por unanimidade a revisão, a qual afirma que Pyongyang "desenvolve armas altamente nucleares para garantir" os seus "direitos à existência" e para "impedir a guerra".
A alteração surge um ano depois de a Coreia do Norte ter consagrado oficialmente na lei o direito de usar ataques nucleares preventivos para se proteger, uma medida que Kim disse que tornaria o seu estatuto nuclear "irreversível".
O líder também sublinhou hoje (28) o desenvolvimento da "OTAN asiática" e instou autoridades a promoverem ainda mais a solidariedade com as nações que se opõem aos EUA, denunciando a cooperação trilateral entre Washington, Coreia do Sul e o Japão como a "versão asiática da OTAN".
"Esta é apenas a pior ameaça real, e não uma retórica ameaçadora ou uma entidade imaginária", disse ele.
Analistas disseram que ter a política nuclear inscrita na Constituição é um movimento norte-coreano simbólico, declarando a intenção do Norte de ter uma força nuclear permanente sobre a qual não negociaria.
"A nova 'Guerra Fria' na região do Nordeste Asiático e as tensões militares na península coreana vão se intensificar", disse Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos ouvido pela mídia.
Os novos movimentos de Pyongyang vêm na esteira do discurso do enviado da Coreia do Norte às Nações Unidas, Kim Song, na Assembleia Geral da ONU, na última terça-feira (26).
No discurso, Song acusou os Estados Unidos e a Coreia do Sul de levarem a península coreana à beira da guerra nuclear, afirmando que, como resultado, seu país não tinha outra escolha, mas sim acelerar ainda mais o desenvolvimento das suas capacidades de autodefesa, conforme noticiado.
No discurso, Song acusou os Estados Unidos e a Coreia do Sul de levarem a península coreana à beira da guerra nuclear, afirmando que, como resultado, seu país não tinha outra escolha, mas sim acelerar ainda mais o desenvolvimento das suas capacidades de autodefesa, conforme noticiado.