Panorama internacional

Nagorno-Karabakh deixará de existir a partir de 1º de janeiro de 2024

A república de Nagorno-Karabakh deixará de existir a partir de 1º de janeiro de 2024. O presidente da república não reconhecida assinou um decreto de dissolução de todos os órgãos governamentais.
Sputnik
Nesta quinta-feira (28), o líder de Nagorno-Karabakh, Samvel Shakhramanyan, assinou o decreto sobre o fim da república, referindo-se à difícil situação político-militar na região.

"Priorizando a segurança física e os interesses vitais da população de Nagorno-Karabakh, e levando em conta o acordo alcançado através da mediação do comando do contingente de manutenção da paz russo com os representantes do Azerbaijão, que assegura a deslocação livre, voluntária e irrestrita dos moradores de Nagorno-Karabakh, inclusive os militares que depuseram suas armas, junto com seus pertences, nos seus meios de transporte ao longo do corredor de Lachin, e guiados pelo Artigo 93 da Constituição de Nagorno-Karabakh, foi decidido: a dissolução de todos os órgãos governamentais sob sua subordinação até 1º de janeiro de 2024. A república de Nagorno-Karabakh deixará de existir", anunciou.

"A população de Nagorno-Karabakh, incluindo os que estão fora do território, após o decreto entrar em vigor deverão se familiarizar com as condições de reintegração apresentadas pelo Azerbaijão a fim de tomar a decisão pessoal sobre a possibilidade de permanecer (retornar) a Nagorno-Karabakh", indica o decreto.
O decreto entrará em vigor imediatamente após a sua publicação.
Nagorno-Karabakh é uma região na Transcaucásia. A esmagadora maioria da população é armênia.
Em 1923, a região recebeu o status de região autônoma dentro da República Socialista Soviética do Azerbaijão. Em 1988, começou em Nagorno-Karabakh um movimento de reunificação com a Armênia. Em 2 de setembro de 1991, o Azerbaijão proclamou a sua independência e o nome da região autónoma mudou para república de Nagorno-Karabakh. De 1992 a 1994, o Azerbaijão tentou assumir o controle da autoproclamada república. Nessa ação militar de grande escala morreram cerca de 30 mil pessoas.
Em 1994, as partes concordaram em estabelecer um cessar-fogo, mas o status do território nunca foi determinado. No final de setembro de 2020, os combates recomeçaram em Nagorno-Karabakh. Na noite de 10 de novembro, o Azerbaijão e a Armênia, com o apoio de Moscou, chegaram a acordo para cessar completamente as hostilidades, permanecendo nas posições ocupadas, trocar prisioneiros e os corpos dos mortos. Na região foram implantadas forças de paz russas, inclusive no corredor de Lachin.
No ano passado, Yerevan e Baku, mediadas pela Rússia, EUA e União Europeia, iniciaram discussões sobre um futuro acordo de paz. No final de maio deste ano, o premiê armênio, Nikol Pashinyan, disse que seu país estava pronto para reconhecer a soberania do Azerbaijão nas fronteiras soviéticas, ou seja, junto com Nagorno-Karabakh.
Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin chamou atenção para o fato de que a liderança armênia, em essência, reconheceu a soberania do Azerbaijão sobre Nagorno-Karabakh. O líder do Azerbaijão, Ilham Aliev, disse que Baku e Yerevan podem assinar um acordo de paz antes do final do ano, a menos que a Armênia mude sua posição.
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