O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão está alocando US$ 1,29 bilhão (R$ 6,47 bilhões) em subsídios para o trabalho da fabricante de chips norte-americana Micron, na província de Hiroshima, em um movimento para reforçar as cadeias de fornecimento de semicondutores nacionais, relata o Nikkei Asia.
Como parte do investimento de capital, a Micron está planejando instalar equipamentos de exposição ultravioleta extrema (EUV), necessários para moldar os circuitos finos dos semicondutores, diz a mídia. A Micron já havia anunciado um plano para investir um total de cerca de US$ 3,35 bilhões (R$ 16,8 bilhões) no Japão, inclusive em Hiroshima.
Em maio, a Administração Cibernética da China decidiu restringir a atuação da Micron em território chinês após a detecção de "riscos de segurança significativos".
"A inspeção revelou que os produtos da Micron têm problemas de segurança cibernética ocultos relativamente sérios que representam riscos de segurança significativos para a cadeia de suprimentos de infraestrutura de informações essenciais e afetam a segurança nacional da China", indicou uma autoridade do órgão conforme noticiado.
Na época, a Secretaria de Comércio dos Estados Unidos recebeu muito mal a notícia e prometeu ações ante a proibição da comercialização dos chips.
Entretanto, a decisão de Pequim vem na esteira de uma série de medidas tomadas pelos EUA em conjunto ao Japão e Países Baixos ao longo de dois anos para dificultar o acesso chinês ao mercado dos semicondutores, com o principal objetivo de retardar o avanço da indústria de Defesa chinesa.
Diante do cenário de tensão entre potências, principalmente o eixo Pequim, Washington e Taiwan, este último um dos maiores produtores globais de semicondutores, a indústria começou a focar em outro país: o Japão, atualmente um dos maiores aliados dos EUA na Ásia.
Conforme divulgado em maio, sete dos maiores fabricantes de semicondutores do mundo estabeleceram planos para aumentar a produção e aprofundar as parcerias tecnológicas em território japonês.