Os países latino-americanos estão adotando uma política independente e terão um dos papéis principais na política mundial, disse na sexta-feira (29) Vladimir Putin, presidente da Rússia.
"Também agora os países latino-americanos estão mostrando um padrão de sucesso na formação progressiva de um sistema multipolar de relações internacionais baseado na igualdade, justiça, respeito ao direito internacional e aos interesses legítimos de cada um", disse Putin durante a Conferência Parlamentar Internacional Rússia-América Latina.
"Nessa nova arquitetura policêntrica, os Estados latino-americanos, com seu enorme potencial econômico, recursos humanos e aspirações de conduzir uma política externa independente e soberana, desempenharão um papel de liderança no mundo, não há dúvida sobre isso", disse Putin.
De acordo com ele, a Rússia deseja sinceramente que os países latino-americanos se desenvolvam de forma progressiva e dinâmica, e que reforcem suas posições na economia e na política mundiais.
"Somos e temos sido a favor de que a América Latina seja forte, independente e bem-sucedida em sua unidade e diversidade", acrescentou o presidente russo.
"Em Moscou se reuniram representantes de autoridades legislativas e líderes de vários partidos políticos, chefes de organizações públicas, especialistas e diplomatas da maioria dos Estados latino-americanos. A chegada de um grupo representativo de legisladores da América Latina, expressando a vontade de seus eleitores e chamados a trabalhar em seus interesses, é uma evidência adicional do desejo dos povos de nossos países de desenvolver uma parceria abrangente e mutuamente benéfica", disse Putin, falando na conferência.
O alto responsável da Rússia referiu que o país está sempre pronto para ajudar países latino-americanos, incluindo em questões como desastres naturais e combate ao terrorismo, ao extremismo, ao crime organizado e ao tráfico de drogas.
Vladimir Putin elogiou em particular o presidente chileno Salvador Allende (1970-1973), o líder revolucionário cubano Che Guevara, e o líder cubano Fidel Castro (1959-2008) por sua luta pela justiça e igualdade social, se lembrando em particular dos encontros com o último.
"Era uma pedra, você sabe. Este é um homem que pensava nas pessoas todo segundo, e não apenas nos cubanos. Ele estava pensando em toda a América Latina também, pensando em todas as pessoas do planeta, da Terra. E, de fato, toda a sua consciência estava enchida de uma preocupação em alcançar o bem comum e a justiça. Era uma personalidade única. Esse é o tipo de pessoa que a América Latina dá à luz", disse.
O líder russo revelou que a Rússia também trabalhará para reforçar as ligações da América Latina com a União Econômica Euroasiática e com o BRICS.
"O BRICS é uma organização desse tipo, não é um tipo de aliança militar, é apenas uma plataforma para coordenar posições e elaborar soluções mutuamente aceitáveis com base na soberania, independência e respeito mútuo."
"As relações modernas de crédito financeiro no mundo estão estruturadas de tal forma que atendem exclusivamente aos interesses do chamado 'bilhão de ouro'. Eles, esse 'bilhão de ouro', ou, para ser mais preciso, os líderes desses países do 'bilhão de ouro', exploram praticamente todos os outros países do mundo. Eles abusam de sua posição tecnológica, informacional e financeira", detalhou Putin.