Panorama internacional

Ignorando demandas da Palestina, EUA e Arábia Saudita se aproximam de pacto militar, segundo mídia

Fontes da Reuters informaram que a Arábia Saudita e Israel poderiam retomar relações diplomáticas mesmo sem cumprir a maior parte das demandas palestinas, com Riad exigindo dos EUA proteção militar.
Sputnik
A Arábia Saudita está determinada a garantir um pacto militar que exija que os EUA defendam o reino em troca da abertura de laços com Israel, e pode permitir que siga em frente sem concessões à Palestina, noticiou na sexta-feira (29) a agência britânica Reuters.
As discussões relatadas por três fontes familiarizadas com as negociações indicam que deverá ser um acordo mais semelhante aos pactos militares que Washington tem com países asiáticos, ou pelo menos como no caso do Bahrein, onde está sediada a Quinta Frota da Marinha dos EUA, que, contrário do primeiro tipo, não exige aprovação do Congresso norte-americano.
Os EUA também poderiam chamar a Arábia Saudita um importante aliado não pertencente à OTAN, um status já concedido a Israel, contou uma fonte americana, um compromisso que enfrenta resistência por parte de Washington.
No entanto, todas as fontes explicam que a Arábia Saudita quer uma garantia vinculativa de proteção dos EUA caso enfrentasse um ataque semelhante ao de 14 de setembro de 2019, quando mísseis atacaram as instalações da petrolífera Saudi Aramco, um ato que Riad e Washington atribuíram ao Irã, e o qual negou sua participação.
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Os palestinos também poderiam conseguir o levantamento de algumas restrições israelenses, mas tais medidas ficariam aquém de suas aspirações por um Estado, que ficaram no segundo plano, explica a Reuters. Mahmoud Abbas, presidente palestino, exige a existência de um Estado palestino nas fronteiras de 1967, incluindo Jerusalém Oriental, limitar a atividade dos assentamentos judaicos e interromper qualquer medida para anexar partes da Cisjordânia. As fontes também revelam que Riad prometeu apoio financeiro.
Como sublinha a mídia, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, apoia o processo de paz "histórico", mas ainda precisa do apoio dos partidos de sua coalizão de direita, que rejeitam qualquer tipo de concessões a palestinos. A probabilidade das demandas de Abbas serem cumpridas é muito baixa, diz a mídia britânica.

EUA confirmam discussões

A Casa Branca anunciou no sábado (30) que as discussões de um acordo continuam, que "todo mundo terá que fazer alguma coisa, e todos terão que se comprometer com algumas coisas".
"Todos os lados chegaram a um acordo, creio eu, sobre uma estrutura básica para o que, sabe, o que podemos fazer", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, aos jornalistas.
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