"Se a UE não corrigir os seus erros", especialmente no que diz respeito aos vistos, que utiliza como uma "sanção velada" contra o país, o bloco "perderá o direito de esperar algo da Turquia", declarou o presidente turco durante seu discurso.
"Quero expressar aqui mais uma vez que não toleramos [...] novas condições ao nosso processo de adesão total, que temos levado a cabo pacientemente até hoje, apesar [das ações] da União Europeia", disse Erdogan.
O líder turco sublinhou que "as recentes decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos foram a gota d’água". "Os membros das organizações terroristas e os seus apoiadores, que se sentem encorajados por esta decisão, não devem se regozijar em vão", alertou.
No final de setembro, o tribunal internacional acusou a Turquia de violar vários artigos da Convenção Europeia dos Direitos Humanos e apelou à república para reformar a sua legislação antiterrorismo.
'Último golpe do terrorismo'
Entretanto, neste domingo dois polícias ficaram feridos em um ataque perto da sede do Ministério do Interior em Ancara.
Em relação a estes acontecimentos, Erdogan observou que "os terroristas que tentam destruir a paz e a segurança na Turquia nunca terão sucesso", relata a mídia local.
O presidente indicou que o ataque deste domingo, em que dois suspeitos foram neutralizados graças à intervenção oportuna da polícia, foi "o último golpe do terrorismo".
Nova Constituição
Entre outros temas, Erdogan abordou em seu discurso a promulgação de uma nova Constituição para a república. Segundo o presidente, esta medida deveria ser uma prioridade do Parlamento turco.
"Convido todos os partidos, [...] todos os parlamentares, todas as camadas sociais, todos os que têm uma opinião e uma proposta sobre esta questão, a participarem ao nosso apelo a uma nova Constituição com um entendimento construtivo", declarou.
A atual Constituição da Turquia foi aprovada após o golpe militar de 1980. Desde então, sofreu inúmeras alterações. Segundo o presidente turco, a atual Carta Magna não pode refletir a realidade atual da república.