"Considerando uma instituição que vem funcionando bem, não vejo muita razão para se procurar mexer na composição e no funcionamento do Supremo. O debate público no Congresso é legítimo, e nós participamos desse debate. Portanto, das três proposições que vejo na mesa, uma de possibilidade de reversão de decisão do Supremo, essa eu vejo com muita ressalva. Até porque nós tivemos um precedente na história brasileira, que foi a Constituição de 1937, da ditadura Vargas. Não parece um bom precedente", disse o ministro.
"Nós resolvemos isso internamente, por decisão recente, liderada pela ministra Rosa Weber, estabelecendo que todas as decisões em ações diretas têm de ser imediatamente levadas a plenário. De modo que nós resolvemos a monocratização. Em relação ao pedido de vista, que seria um retorno da vista em seis meses, a nossa solução é ainda mais rigorosa, porque volta em 90 dias", destacou.
"Acho que o lugar em que se fazem os debates públicos das questões nacionais é o Congresso, portanto vejo com naturalidade que o debate esteja sendo feito. Mas nós participamos desse debate também. E, pessoalmente, acho que o Supremo, que talvez seja uma das instituições que melhor serviram o Brasil na preservação da democracia, não está em hora de ser mexido."
"Eu tenho a melhor relação possível com o Congresso Nacional. Tenho a melhor relação possível com o presidente do Senado, que é uma figura fidalga, democrática, um advogado de sucesso servindo ao país. Não temos nenhum tipo de problema. Da mesma forma com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Temos o melhor diálogo possível. E a capacidade de dialogar não exige concordância, exige apenas o espírito de boa-fé e de boa vontade. E isso acho que todos nós temos", concluiu Barroso.