As duas fontes afirmaram à Reuters que haveria um atraso nas negociações, mas não um fim, o que ainda garante em troca o que Riad considera um verdadeiro prêmio no acordo: um pacto de defesa com os norte-americanos através das normalizações, escreve a mídia.
A Arábia Saudita, berço do islã e lar dos seus dois locais mais sagrados, tinha até ao último conflito entre israelenses e palestinos indicado que não permitiria que a sua busca de um pacto de defesa com os EUA fosse descarrilada, mesmo que Israel não oferecesse concessões significativas aos palestinos na sua candidatura à criação de um Estado.
No entanto, tudo mudou quando o Hamas desencadeou uma guerra em 7 de outubro que se encontra em acelerada escalada com Israel.
A primeira fonte familiarizada com o pensamento saudita disse que as negociações não poderiam continuar por enquanto e que a questão das concessões israelenses aos palestinos precisaria ser uma prioridade maior quando as discussões fossem retomadas – um comentário que indica que Riad não abandonou a ideia.
Ontem (12), o premiê saudita, Mohammed bin Salman (MBS), discutiu a guerra entre Israel e Hamas em um telefonema com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em uma primeira conversa deste tipo entre os dois líderes que normalizaram as relações no início deste ano.
Um comunicado saudita afirmou que MBS disse a Raisi que "o reino está exercendo o máximo esforço para se envolver com todas as partes internacionais e regionais para travar a escalada em curso", sublinhando a ação de Riad para conter a crise.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse em um briefing na Casa Branca esta semana que o esforço de normalização "não estava parado", mas afirmou que o foco estava em outros desafios imediatos.
Para o analista saudita Aziz Alghashian, ouvido pela mídia, "a normalização já era considerada um tabu no mundo árabe [...] e esta guerra apenas amplifica isso".
Para o analista saudita Aziz Alghashian, ouvido pela mídia, "a normalização já era considerada um tabu no mundo árabe [...] e esta guerra apenas amplifica isso".