"Em nosso movimento Hamas, valorizamos muito a posição do presidente russo, Vladimir Putin, em relação à atual agressão sionista [israelense] contra nosso povo e sua oposição ao bloqueio de Gaza, à interrupção dos suprimentos de ajuda e aos ataques contra civis lá", afirmou o movimento em um comunicado.
O Hamas ainda repercutiu os "esforços ativos da Rússia para deter os ataques israelenses na Faixa de Gaza". Diante de um crescimento das tensões, Israel chegou a dar 24 horas para que 1,1 milhão de pessoas evacuem da porção norte do território, o que foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por vários outros países.
Nesta sexta, o presidente russo declarou que há disposição da parte de Moscou para mediar negociações entre o movimento palestino Hamas e Israel. Putin destacou que o objetivo das tratativas deve ser a implementação da solução de dois Estados, já apoiada pela ONU, que prevê a criação de um Estado palestino independente com sua capital em Jerusalém Oriental, que possa coexistir em paz e harmonia com Israel.
Ao mesmo tempo, Putin observou que Israel também sofreu um ataque sem precedentes e tem o direito de se proteger. Porém condenou a dimensão da atual contraofensiva.
Escalada das tensões
Em 7 de outubro, o movimento palestino Hamas lançou milhares de foguetes da Faixa de Gaza, em um ataque sem precedentes. Além dos bombardeios, infiltrou militantes armados nas áreas fronteiriças do sul de Israel, levando o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a declarar que o país "está em guerra".
Em resposta ao ataque-surpresa do Hamas, o Exército israelense mobilizou mais de 360 mil reservistas para uma possível ofensiva terrestre.
Desde 9 de outubro Israel impõe um bloqueio total à Faixa de Gaza, cortando o fornecimento de eletricidade, combustível, alimentos e água. Já a reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta sexta para construir uma saída à crise humanitária na região terminou sem acordo.
As hostilidades já deixaram mais de 3 mil mortos e 10 mil feridos, de acordo com autoridades médicas palestinas e israelenses. Além dessas vítimas, cerca de 150 reféns teriam sido capturados pelo Hamas em território israelense.
Além disso, o conflito já desabrigou quase 340 mil pessoas em Gaza, conforme relatório publicado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).