O desaparecimento do armamento foi notado durante uma inspeção na terça-feira (10) e divulgado ontem (13). Segundo o Exército, as metralhadoras sumidas são "armamentos inservíveis que foram recolhidos para manutenção".
Em pleno funcionamento, as metralhadoras .50 são capazes de derrubar aeronaves, por exemplo. As armas foram roubadas da unidade da força em localizada em Barueri, na grande São Paulo.
Para Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz ouvido pela Folha de São Paulo, a explicação do Exército é contraditória, e o furto das armas é preocupante mesmo que não estejam em pleno funcionamento.
"Fala em 'inservíveis' e depois 'manutenção'. Mesmo que as armas não tivessem em condições imediatas de disparo, por falta de uma peça ou falha mecânica, o desvio é absurdamente preocupante, pois o crime dispõe de armeiros com condições de prestar manutenção nestas armas e produzir em máquinas modernas peças faltantes, ou mesmo 'canibalizar' uma arma para consertar outras. Uma única metralhadora dessa [.50] na mão do crime organizado já sitia sozinha um batalhão inteiro de qualquer polícia do Brasil, agora imagine 13", afirmou Langeani ao jornal.
Uma investigação está em curso para identificar os criminosos e os militares que trabalham no paiol, local onde as armas são guardadas, estão proibidos de ir para casa. A força disse que a medida "segue os procedimentos previstos para o caso", segundo o jornal O Globo.
No Paraguai, uma metralhadora do tipo custa em torno de R$ 150 mil. Já no mercado clandestino o valor pode dobrar, de acordo com a mídia.