Panorama internacional

Biden diz que Daesh 'parece mais racional' que Hamas; Turquia negocia libertação de reféns em Gaza

Ancara está articulando com Hamas a libertação dos reféns, segundo a chancelaria turca, e conta com a ajuda do Catar para comunicação. Enquanto isso, Biden em Israel faz paralelo entre Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) e Hamas.
Sputnik
Nesta quarta-feira (18), o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, disse que Ancara está em negociações com o Hamas para garantir a libertação dos reféns que capturou em Israel e levou para Gaza, mas "não há nada de concreto por enquanto".

"As negociações e o trabalho sobre a troca de prisioneiros continuam. Há diálogos e reuniões realizadas através de unidades de inteligência, mas, no calor dos primeiros dias, não foi possível criar uma estrutura para isso", disse Fidan segundo a Reuters.

O chanceler acrescentou que outros países, nomeadamente o Catar, também estão em contato com os líderes do Hamas.
"Também conversamos com nossos amigos, colegas de lá de tempos em tempos. Não há nada de concreto no momento. Os americanos, os alemães [transmitiram pedidos] em relação aos seus próprios cidadãos. Houve quem pedisse a nossa ajuda desde o primeiro dia para libertar os seus cidadãos", declarou o ministro.
Ontem (17), Fidan explicou que Ancara está com a ideia de lançar um sistema de países garantidores para as partes da escalada israelense-palestina. As nações que atuarão como garantidores, especialmente para o lado palestino, devem ser da região do Oriente Médio, pontuou Fidan, conforme noticiado.
A Turquia apoiou os palestinos no passado, ao mesmo tempo que apoiou uma solução de dois Estados para o conflito de décadas com Israel. Ofereceu-se para mediar o conflito e enviou ajuda humanitária para Gaza, que está presa no Egipto enquanto as fronteiras permanecem fechadas.
Ancara também tem trabalhado para consertar laços há muito tensos com Israel. Ao contrário dos Estados Unidos e da União Europeia, a Turquia não vê o Hamas como um grupo terrorista e acolhe os seus membros, afirma a Reuters.
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Biden em Israel

O presidente norte-americano, Joe Biden, chegou a Israel hoje (18) e disse ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que Washington forneceria tudo o que Tel Aviv necessitasse para se defender. Ao mesmo tempo, o presidente pareceu aceitar a afirmação de Israel de que a explosão do hospital em Gaza ontem (17) foi causada por um lançamento fracassado de foguete palestino, relata o The Guardian.
"[O Hamas] levou reféns, incluindo crianças. Imagina o que essas crianças que estavam se escondendo do Hamas devem ter pensado. Vai além da minha compreensão. Eles cometeram maldades e atrocidades que fazem o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] parecer mais racional", disse Biden.
O ataque ao hospital de Gaza ontem (17), deixou 471 mortos e mais de 300 feridos. Até o momento, há grande especulação em torno de quem teria enviado o míssil, uma vez que Israel negou a autoria e culpou a Jihad Islâmica, mas o Hamas e os palestinos acusam Tel Aviv.
A repercussão foi enorme, levando o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o governo da Jordânia a desmarcar o encontro que teriam com Biden hoje (18).
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