Fontes disseram à agência que o ataque, que deixou 471 pessoas mortas até o momento, foi conduzido pelos israelenses e influenciado por uma conspiração arquitetada por Washington e liderada pelo Comando Central dos Estados Unidos (Centcom, na sigla em inglês).
Segundo essas fontes citadas pela mídia, as autoridades norte-americanas, tal como líderes em Israel, ficaram chocadas depois das forças do Hamas lançarem os ataques na Faixa de Gaza em 7 de outubro. Os Estados Unidos, no entanto, alertaram repetidamente Tel Aviv de que uma ofensiva terrestre contra Gaza poderia se revelar dispendiosa para o Exército e as autoridades israelenses, continua a mídia.
Ainda segundo as fontes, os americanos arquitetaram um plano para um ataque pesado e mortal em um alvo lotado na Faixa de Gaza, a fim de ajudar Israel a convencer a opinião pública israelense e, subsequentemente, obrigar os líderes a reconsiderarem a sua decisão sobre um ataque terrestre a Gaza.
Assim, o Hospital Batista al-Ahli, que acomodava uma grande multidão de palestinos, foi escolhido como alvo. Destruidores de bunkers com grande poder explosivo foram usados para atacar o centro médico.
Após o bombardeio, na manhã de hoje (18), o chanceler iraniano Hossein Amir-Abdollahian culpou as forças de Tel Aviv pelo "massacre de mulheres e crianças inocentes" e disse que os membros da Organização da Cooperação Islâmica (OCI) deveriam impor um embargo ao petróleo israelense e expulsar todos os embaixadores judeus.
"O ministro das Relações Exteriores [do Irã] pede um embargo imediato e completo a Israel por parte dos países islâmicos, incluindo sanções ao petróleo, além de expulsar os embaixadores israelenses se as relações com o regime sionista tiverem sido estabelecidas", afirmou o Ministério em um comunicado citado pelo jornal O Globo.
Na visão da chancelaria iraniana, "chegou a hora da unidade global da humanidade contra este falso regime mais odiado que o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] e as suas máquinas de matança. O tempo acabou", disse Amir-Abdollahian em sua conta no X (antigo Twitter).
O ministro também pressionou pela formação de uma equipe de advogados islâmicos para documentar e analisar possíveis crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza, relata o jornal.
Na visita do presidente Joe Biden a Tel Aviv hoje (18), o líder norte-americano disse que o ataque "parece que foi obra do outro lado, não de vocês [israelenses]", conforme noticiado.
Mas o mundo árabe não foi convencido pela versão israelense de que o míssil foi enviado pela Jihad Islâmica (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), segundo o jornal. Como consequência imediata, o encontro de líderes árabes com Biden na Jordânia foi cancelado.
Também nesta quarta-feira (18), o Departamento do Estado norte-americano emitiu sanções com o objetivo de interromper o financiamento do Hamas, destacando o que disse ser "uma carteira secreta de investimentos do Hamas", um facilitador financeiro ligado ao Irã e uma bolsa de criptomoedas com sede em Gaza, entre outros alvos.
"Os Estados Unidos estão tomando medidas rápidas e decisivas para atingir os financiadores e facilitadores do Hamas após o massacre brutal e injustificado de civis israelitas, incluindo crianças. Continuaremos a tomar todas as medidas necessárias para negar aos terroristas do Hamas a capacidade de angariar e utilizar fundos para cometer atrocidades e aterrorizar o povo de Israel", disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, segundo a Reuters.