Segundo as autoridades do país, a decisão foi tomada pelo gabinete de operações militares, criado no âmbito do governo de emergência de Israel, a pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
A Faixa de Gaza, desde o ataque do Hamas a Israel no dia 7 de outubro, sofre com um bloqueio aéreo, marítimo e terrestre, o que impede a entrada de alimentos, água e fornecimento de energia elétrica.
"À luz do pedido do presidente Biden, Israel não impedirá o fornecimento de ajuda humanitária através do Egito, desde que seja apenas comida, água e medicamentos para a população civil do sul da Faixa de Gaza […] e sempre quando esses suprimentos não forem direcionados ao Hamas. Qualquer tentativa de sustentar o Hamas será interrompida", informa o comunicado.
O gabinete israelense anunciou que o país não permitirá qualquer ajuda humanitária vinda de seu território para a Faixa de Gaza até que os reféns capturados pelo Hamas sejam liberados.
Por fim, o gabinete também exigiu que funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC, na sigla em inglês) visitassem os reféns em Gaza.
A hostilidade entre Israel e Palestina se intensificou nos últimos dias, principalmente por conta do ataque ao Hospital Batista al-Ahli, que deixou pelo menos 500 mortos.
A questão da evacuação de civis tem sido pautada com emergência, o que levou o Brasil a apresentar um projeto de resolução à ONU para a criação de um corredor humanitário na Faixa de Gaza.
Porém, com voto contrário dos EUA, o projeto foi vetado, o que gerou críticas de outros países, como a China.
O número de mortos e feridos diante do conflito entre os dois países aumentou significativamente após esse último ataque, como reforçou o porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, Ashraf al-Qudra.
"Pelo menos 3.478 palestinos foram mortos por ataques israelenses na Faixa de Gaza desde que os combates entre o Hamas e Israel começaram, em 7 de outubro. Outras 12.065 pessoas ficaram feridas, sendo 70% das vítimas mulheres, crianças e idosos. Pelo menos 1.300 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros, incluindo 600 crianças."
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) ainda afirmou que cerca de três mil toneladas de assistência humanitária provenientes do Egito aguardam a entrada em Gaza, mas não há previsão de quando isso acontecerá.