O bloqueio dos EUA à proposta do Brasil apresentada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), relativa à escalada do conflito palestino-israelense, é um enorme fracasso da política externa dos EUA. A declaração foi dada nesta quarta-feira (18) pelo primeiro vice-representante permanente da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy.
"Eles [representantes dos EUA] tiraram as máscaras. Por mais que os americanos tentassem parecer soldados da paz, no final falharam. Um enorme fracasso da política externa para Washington", escreveu Polyanskiy.
Nesta quarta-feira (18) os Estados Unidos vetaram o projeto de resolução brasileiro apresentado ao CSNU, que pedia a Israel que rescindisse a ordem de evacuação em massa dos habitantes da Faixa de Gaza.
A Rússia e o Reino Unido abstiveram-se na votação do projeto, enquanto o conselho também rejeitou uma proposta de Moscou para incluir na resolução brasileira uma condenação dos ataques indiscriminados contra civis em Gaza, em particular o recente ataque ao hospital Al-Ahli, que deixou quase 500 mortos, a maioria deles mulheres e crianças.
Observador palestino lamenta veto à resolução russa
Também nesta quarta-feira, o observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansour, lamentou o veto à resolução apresentada na última segunda-feira (16) pela Rússia, que pedia o cessar-fogo imediato na zona de conflito.
"Se este conselho tivesse apelado por um cessar-fogo há dois dias e agido em conformidade, teria salvado centenas de vidas", disse Mansour em uma reunião do conselho de segurança.
O documento russo rejeitado pelo CSNU condenava estritamente a violência e as hostilidades contra civis, bem como todos os atos de terrorismo. O texto também continha um apelo pela entrega desimpedida de ajuda humanitária.
No entanto o projeto de resolução da Rússia não continha qualquer menção ao Hamas. Ecoando os desejos de Israel, um dos principais aliados de Washington, os Estados Unidos defendem uma resolução que garanta a condenação explícita ao grupo.
No dia 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel. Militantes do grupo palestino lançaram foguetes contra o território israelense e realizaram uma incursão por terra, executando um grande número de civis e militares israelenses.
Eles também levaram mais de 150 reféns (civis e militares) para a Faixa de Gaza. A maioria dos reféns é israelense, mas há cidadãos de outras nacionalidades.
Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou estado de guerra em Israel pela primeira vez desde 1973. Desde então, pelo menos 4 mil pessoas morreram em decorrência da escalada de violência e cerca de 13 mil ficaram feridas.