O decreto autorizando a operação foi assinado nesta quinta-feira (19) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cerca de 290 militares das Forças Armadas dos Estados Unidos foram chamados para participar de um exercício combinado com o Exército brasileiro, de 24 de outubro a 20 de novembro deste ano, nos estados do Pará e do Amapá.
O decreto informa que está autorizada a entrada de equipamentos e armamentos norte-americanos em território brasileiro, como sensores, sistemas eletrônicos, dispositivos ópticos, equipamentos de comando, controle e comunicação.
Denominada operação Core 23 (Combined Operation and Rotation Exercise ou Exercício Combinado de Rotação e Operações, em tradução), faz parte de um acordo de cooperação na área da defesa e acontece desde 2015 entre os governos dos dois países. Em 2022, a operação aconteceu nos Estados Unidos.
"As tropas dos dois países irão compartilhar experiências e trocar conhecimentos sobre doutrina e técnicas, táticas e procedimentos de defesa, visando manter os laços históricos entre os países e incrementar a integração e a cooperação entre os dois exércitos", informou em comunicado o Comando Militar do Norte (CMN).
Quando a operação foi anunciada em maio, a Sputnik Brasil ouviu o especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil, o comandante Robinson Farinazzo, que ponderou que o Brasil deveria exigir contrapartidas dos Estados Unidos para garantir o treinamento de militares americanos em ambiente de selva.
"O Brasil deve exigir contrapartidas porque os EUA têm poucas oportunidades para adestrar em ambiente de selva como o nosso. As relações bilaterais militares precisam ter o mínimo de reciprocidade", comentou ele.
Nessa mesma época, uma comitiva de militares norte-americanos esteve no CMN para conhecer os detalhes da programação e logística do evento.