O governo do Peru declarou nesta quinta-feira (19) que estrangeiros residentes sem documentação terão até 10 de novembro para regularizem sua situação migratória e advertiu que expulsará do país os migrantes ilegais:
"Estamos buscando várias formas de como poder expulsá-los [os migrantes ilegais]. Vamos nos sentar com a Latam [companhia aérea comercial] para facilitar uma saída possível. As expulsões começam em 10 de novembro", afirmou o ministro do Interior, Vicente Romero, em coletiva de imprensa em Lima.
O ministro destacou que o governo está em contato com a Embaixada da Venezuela para facilitar a expulsão de venezuelanos que não regularizaram sua situação migratória.
De acordo com dados oficiais, a comunidade migrante venezuelana é a maior no Peru, com cerca de 1,3 milhão de pessoas.
Em abril, o governo peruano declarou estado de emergência e enviou as Forças Armadas para a fronteira com o Chile.
Situação pode agravar crise migratória
Maior grupo estrangeiros migrando para o Brasil atualmente, os venezuelanos ingressam no país principalmente por Roraima e pelo Acre.
O Brasil é o terceiro país que mais recebe refugiados e imigrantes venezuelanos na região, chegando a quase 500 mil pessoas no segundo trimestre de 2023, segundo a Plataforma de Coordenação Interinstitucional para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V, na sigla em espanhol), ficando atrás apenas da atrás da Colômbia (2,9 milhões) e do Peru (1,5 milhão).
A Operação Acolhida, em parceria com mais de 120 organizações nacionais e internacionais, sociedade civil e iniciativa privada, para atender imigrantes e refugiados da Venezuela, já atendeu quase 950 mil pessoas desde 2017, segundo o governo federal.
Os abrigos já estão sobrecarregados e a situação pode piorar com o endurecimento das políticas migratórias anunciadas pelo Peru e o Chile, De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil também reconheceu a gravidade da situação do Acre e afirmou que "a América Latina e o Caribe enfrentam uma crise de deslocamento sem precedentes, tanto em sua complexidade quanto em sua escala". A agência estima cerca de 8 milhões de cidadãos venezuelanos foram forçados a saírem do país e se refugiarem em outros países em busca de uma vida melhor.
A emigração em massa da Venezuela aumentou vertiginosamente a partir de 2015 com a uma grave crise econômica e política que gerou hiperinflação, escassez de alimentos, remédios, desemprego e pobreza extrema.