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México anuncia expropriação de mineradora dos EUA para proteger zona costeira

o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou nesta sexta-feira (20) que expropriará a filial da empresa de mineração dos Estados Unidos Vulcan Materials na península de Iucatã, no sudeste do país, para transformar a área onde estão as instalações em zona de proteção natural.
Sputnik
O chefe de Estado mexicano informou que indenizará devidamente a empresa norte-americana, que explora calcário na região desde 1987, com porto de exportação em frente ao mar do Caribe. A concessão da Vulcan Materials para explorar e comercializar calcário triturado e concreto pré-misturado vai até 2037.
O governante afirmou que emitirá um decreto de expropriação se a empresa não aceitar vender as terras costeiras adquiridas, que ainda conservam floresta tropical e água doce de cenotes sobre solo de calcário, matéria-prima para a produção de agregados para concreto e asfalto, entre outros produtos.
Em coletiva de imprensa, Obrador informou que o valor da indenização será entre US$ 324 milhões e US$ 378 milhões (entre R$ 1,6 bilhão e 1,95 bilhão, aproximadamente).

"Se não houver resposta por parte deles (os empresários americanos), se não quiserem cooperar, a expropriação será a decisão, não vamos esperar", afirmou o presidente mexicano.

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Na época, Obrador anunciou que as terras adquiridas pelo Estado seriam destinadas à criação de um complexo ecoturístico, localizado na rota do Tem Maya, projeto do Executivo que prevê percorrer a península de Iucatã e ligar a costa do Caribe a sítios arqueológicos maias, comunidades indígenas e reservas naturais.

Litígio internacional

A empresa norte-americana abriu um litígio internacional em 2022, depois que o governo mexicano encerrou as operações da subsidiária americana Calica em Playa del Carmen, na Riviera Maya, famosa atração turística do país, devido ao impacto ambiental na região.
A mineradora foi fechada no ano passado devido ao argumento de ter causado um "desastre ecológico" na costa caribenha de Iucatã.
A ação tramita no órgão de resolução de controvérsias de investimentos do Banco Mundial. O tribunal internacional determinará se o México violou ou não suas obrigações nos termos do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC). A empresa exige compensação de US$ 1,5 milhão (R$ 7,5 milhões).
A península de Iucatã é conhecida por ter sido atingida por um meteoro há 65 milhões de anos, supostamente causando a extinção dos dinossauros, de acordo com cientistas.
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