Os últimos anos no país foram marcados por uma dívida externa que chegou a US$ 276,69 bilhões (R$ 1,4 trilhão) em 2022, além de uma das maiores inflações anuais do mundo, que hoje beira 140%.
Enquanto Milei aparece como salvador da pátria, com a promessa de dolarizar ainda mais a economia, acabar o Banco Central do país e cortar gastos governamentais, Sergio Massa, apoiado pelo presidente Alberto Fernández,deve manter as mesmas políticas atuais, e a conservadora Patricia Bullrich, do partido de Maurício Macri, quer uma dura austeridade.
Atualmente, 40% da população argentina vive em situação de pobreza e os partidos tradicionais enfrentam a ira dos eleitores.
"Há tanta incerteza... e medo, desses candidatos que não há ninguém que me represente. Não há ninguém que possa mudar o que precisamos aqui na Argentina", disse à AFP a designer gráfica Maria Olguin, 40 anos, que não quer revelar seu voto. "Vou escolher o menos pior", disse Raul Narvaez, 64.
Pesquisas apontam segundo turno
Para evitar um segundo turno em 19 de novembro, um candidato precisa obter 45% dos votos no domingo, ou 40% com uma diferença de 10 pontos ou mais sobre o rival mais próximo. E as últimas pesquisas apontam que o pleito não deve ser definido nesta primeira etapa.
Milei, um economista libertário, surpreendeu os pesquisadores quando assumiu a liderança da corrida eleitoral, vencendo as primárias de agosto com 30% dos votos.
Analistas dizem que seu fenômeno segue a tendência regional antipolítico, comparada às eleições do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ou ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Entre as suas principais promessas, estão reduzir o gasto público em 15%.
O candidato da extrema direita é contra o aborto e a educação sexual, e não acredita que os seres humanos sejam responsáveis pelas alterações climáticas.
Já o ministro da Economia, Sergio Massa, representa a coalizão peronista de centro-esquerda, voltada para a intervenção estatal e programas de bem-estar social.
Para atrair os eleitores, Massa reduziu o imposto de renda para grande parte da população, o que deve piorar a já frágil situação financeira do país.
Patricia Bullrich prometeu uma mudança radical com a promessa de cortar drasticamente os gastos públicos. A conservadora atuou no governo do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019).