Panorama internacional

Netanyahu alerta Hezbollah contra nova frente de guerra na fronteira com o Líbano

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou neste domingo (22) que o Hezbollah cometerá "o erro de sua vida" caso inicie uma guerra contra o país. A declaração acontece em meio ao aumento das tensões na fronteira israelense com o Líbano, território que abriga o movimento. Netanyahu visitou tropas na localidade.
Sputnik
Pelo menos 14 comunidades localizadas perto da fronteira precisaram ser evacuadas. "Nós o atacaremos com uma força que eles nem podem imaginar, e as consequências para eles e para o Estado do Líbano serão devastadoras", afirmou o líder israelense.
Enquanto o conflito se concentra na Faixa de Gaza, há registros de quase 40 pessoas mortas no Líbano por conta dos ataques, sendo pelo menos quatro civis, incluindo um jornalista da Reuters.
O Exército de Israel disse que suas forças "identificaram uma célula terrorista tentando lançar mísseis antitanque na área de Avivim [norte de Israel]", afirmando que "atingiram a célula antes que ela conseguisse realizar o ataque".
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No sábado (21), o país revelou que conseguiu destruir infraestruturas militares e equipamentos do Hezbollah, que é aliado do Hamas. Apoiado pelo Irã, o movimento já travou uma guerra contra Israel em 2006, quando mais de 1,2 mil pessoas morreram no Líbano.
A mídia local informou que aeronaves israelenses sobrevoavam o sul do Líbano neste domingo e que Israel bombardeou vários locais ao longo da fronteira. Já uma das lideranças do Hezbollah declarou que o grupo está pronto para intensificar o envolvimento no conflito.
O porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus, advertiu que o Hezbollah estava jogando "um jogo muito, muito perigoso".
"Estão escalando a situação. Vemos mais e mais ataques a cada dia. O Estado libanês está realmente disposto a comprometer o que resta da prosperidade e da soberania libanesa em prol de terroristas em Gaza?", questionou à AFP.
Já o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, enfatizou que esforços diplomáticos estavam em andamento para "interromper os ataques israelenses ao Líbano" e impedir a propagação do conflito no país, com "todos os esforços para devolver a situação à normalidade".

Conflito já deixou mais de seis mil mortos

O conflito entre Israel e o Hamas, que começou no dia 7 de outubro após ataques surpresa do movimento, já tem mais de seis mil mortos, segundo autoridades israelenses e palestinas. Mulheres e crianças são a maioria das vítimas. O número de menores mortos nos últimos 16 dias é maior que todo o período registrado na Faixa de Gaza em 20 anos.
Por conta dos bombardeios diários, a região, que tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e tem mais de 80% da população em situação de pobreza, enfrenta uma crise humanitária sem precedentes. A ajuda humanitária só começou a chegar no sábado (21), pela fronteira de Gaza com o Egito.
Segundo a ONU, são necessários pelo menos 100 caminhões por dia com alimentos, remédios e água para amenizar o problema no território. O primeiro comboio foi com 20 veículos.
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Histórico de tensões

O conflito entre palestinos e israelenses, relacionado principalmente a questões territoriais, tem sido uma fonte de tensões e confrontos na região há décadas. A decisão da ONU em 1947 determinou a criação de dois Estados, mas apenas o israelense foi estabelecido.
Apesar de concordar com o princípio, Israel até hoje não liberou completamente os territórios palestinos.
Em 29 de novembro de 2012, a Palestina recebeu o status de Estado observador nas Nações Unidas, evento que é amplamente considerado o reconhecimento de fato do Estado palestino pela comunidade internacional.
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