O tenente coronel Mauro Cid afirmou em seu acordo de delação premiada que a ordem para emitir certificados falsos de vacinação contra COVID-19 partiu de Jair Bolsonaro, a quem serviu como ajudante de ordens.
Segundo noticiou o Uol, citando fontes ligadas à negociação do acordo, em um dos depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) como parte do acordo de delação, Cid admitiu ter participado da fraude que inseriu dados falsos no sistema do Ministério da Saúde para a confecção dos cartões de vacinação falsificados. Ele disse à PF que recebeu ordem de Bolsonaro para confeccionar falsos certificados de vacinação, em nome do ex-presidente e de sua filha caçula, Laura, que é menor de idade.
Cid disse que providenciou os falsos cartões de vacina por meio de aliados. Ele afirmou que a fraude no sistema do Ministério da Saúde foi feita por funcionários da Prefeitura de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, que inseriram dados falsos no sistema, em 21 de dezembro de 2022. Após a fraude, Cid afirmou que entregou os falsos cartões de vacina em mãos de Bolsonaro.
Na ocasião, Bolsonaro se preparava para deixar o país em direção aos EUA, como forma de evitar a passagem da faixa presidencial para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro desembarcou nos EUA em 30 de dezembro. A PF trabalha com a hipótese de que os falsos certificados foram emitidos para que Bolsonaro e Laura não tivessem problemas na entrada ou saída dos EUA.