O início das investigações contra a empresa de Mark Zuckerberg, dona de redes sociais como Facebook e Instagram, plataformas proibidas na Rússia, teve início em 2021 após Frances Haugen, ex-funcionária de alto nível da companhia, denunciar que a empresa escondia do público o nível de dano que suas redes faz aos jovens.
Em um comunicado oficial, o gabinete da Procuradoria Geral do estado de Massachusetts alega que a Meta "deliberadamente" explorou "vulnerabilidades de seus usuários jovens em busca de lucro".
"Ao fazer isso, a Meta contribuiu significativamente para a atual crise de saúde mental entre nossas crianças e adolescentes", disse a procuradora-geral de Massachusetts, Andrea Joy Campbell.
Ao todo, dez processos foram iniciados contra a empresa de Zuckerberg. Oito estados e o distrito federal de Washington processaram a Meta em seus tribunais locais, enquanto outros 33 aplicaram um processo em conjunto na corte federal da Califórnia, segundo uma reportagem do Washington Post.
Frente às acusações, um porta-voz da Meta afirmou à Reuters que a empresa está desapontada, porque, "em vez de trabalhar de forma produtiva com empresas de todo o setor para criar padrões claros e adequados à idade para os diversos aplicativos que os adolescentes usam, os procuradores-gerais escolheram esse caminho".
O representante não detalhou que iniciativas poderiam ter sido tomadas.
Dentre as ferramentas utilizadas pela Meta para viciar os usuários mais jovens, estão o "scroll infinito", recurso que faz com que a exibição de uma página não tenha fim, e a reprodução automática de Reels ao fim de stories, que criaria um "temor de estar perdendo algo [FOMO, na sigla em inglês]".
Segundo a Procuradoria de Massachusetts, esses recursos "exploram e capitalizam deliberadamente as vulnerabilidades únicas dos usuários jovens e superam a capacidade dos jovens de autorregular o tempo gasto na plataforma".