O economista Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado pelo centrão, vai assumir o cargo. Funcionária da Caixa desde 1989, Serrano foi nomeada presidente em janeiro. Em nota, a Secretaria de Comunicação agradeceu o trabalho à frente da Caixa.
"Serrano cumpriu na sua gestão uma missão importante de recuperação da gestão e cultura interna da Caixa Econômica Federal, com a valorização do corpo de funcionários e [a] retomada do papel do banco em diversas políticas sociais", disse a pasta.
Já com relação a Vieira, a expectativa é de continuidade da atuação do banco frente ao aumento da oferta de crédito na economia e na execução de políticas públicas nas áreas sociais, culturais e esportivas.
Aliado de Lira
O economista é aliado do presidente da Câmara Federal, o deputado Arthur Lira (PP-AL). Há meses, partidos do centrão cobiçavam o cargo que foi pedido ao presidente Lula em troca de apoio do grupo político no Congresso Nacional, onde o governo sofre com a aprovação de projetos.
Além disso, desde julho o bloco de partidos já pedia o comando dos Correios e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Lula e Lira também devem conversar ao longo da semana sobre eventuais substituições para as vice-presidências da Caixa.
No último mês, em meio à aproximação do governo Lula com o centrão, os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiram, respectivamente, o Ministério do Esporte e o Ministério de Portos e Aeroportos.
O movimento chegou a ser criticado pela base do presidente, principalmente o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que tem em seu quadro o vice de Lula, Geraldo Alckmin.
Já Carlos Antônio Vieira Fernandes é servidor de carreira da Caixa e chegou a presidente do fundo de pensão dos funcionários do banco, além de exercer cargos na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em entrevista à Sputnik Brasil este mês, o cientista político da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Geraldo Tadeu Monteiro lembrou que o centrão sempre foi o esteio da governabilidade de todos os governos democráticos, e sua heterogeneidade um desafio nas negociações com o Executivo, que têm ficado mais tensas.
"As negociações com esses aglomerados de pessoas e interesses sem compromisso ideológico sempre existiram, mas com os anos turbulentos de Bolsonaro esse jogo está mais explícito e aberto", disse Monteiro.