Panorama internacional

Na contramão de candidata derrotada, partido de oposição argentino não vai apoiar Milei no 2º turno

Membro da aliança de centro-direita Juntos pela Mudança, que encabeçou a candidatura da ex-ministra Patricia Bullrich, a União Cívica Radical (UCR) da Argentina anunciou nesta quarta-feira (25) que não vai apoiar a candidatura do economista Javier Milei. A postura é diferente de Bullrich, que vai apoiar o nome da extrema-direita.
Sputnik
"A UCR não apoiará nenhum dos dois candidatos", anunciou o partido, que também é oposição do governo do presidente Alberto Fernández, que não tenta a reeleição. O peronista apoia o ministro da Economia, Sergio Massa, no pleito.
Em seu comunicado, a sigla reafirmou que não apoiará nenhum dos candidatos que competem no segundo turno. Massa venceu o primeiro turno com 36,6% dos votos, uma diferença de 6,7 pontos percentuais para Milei.

"Os argentinos votaram, e são os únicos donos dos votos. Nenhum líder é dono deles. Cada um decidirá sua preferência no segundo turno", disse a UCR, que participou do governo do ex-presidente Mauricio Macri (2015–2019), derrotado por Fernández em 2019.

Após a reunião de seu comitê nacional, a UCR reivindicou sua "extensa história na defesa da democracia" e lembrou que 10 dos 24 governadores do país fazem parte do partido, que tem ainda "centenas de prefeitos, 93 deputados [dos 257] e 24 senadores [dos 72]".
A sigla ainda responsabilizou o presidente Alberto Fernández, a vice-presidente Cristina Kirchner e o candidato "pelo atual estado do país, que convive com empobrecimento, processo inflacionário, corrupção e deterioração social e econômica".
Sobre Milei, a UCR criticou seu "extremismo demagógico" e o acusou de atentar contra a democracia.
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Ruptura iminente

A posição da UCR foi divulgada após a ex-candidata presidencial Patricia Bullrich apoiar Javier Milei para o segundo turno das eleições, marcado para 19 de novembro.
"Com Milei, temos diferenças, mas estamos diante do dilema de mudança ou continuidade mafiosa para a Argentina e de acabar com a vergonha do presente", disse em uma coletiva de imprensa.
O presidente da UCR e governador da província de Jujuy (norte), Gerardo Morales, considerou "muito grave" o acordo fechado durante um jantar na véspera entre Milei e Bullrich, junto com Macri, e afirmou que tanto o ex-presidente quanto a ex-candidata estão "fora da coalizão".
"Isso me dá vergonha alheia; é uma falta de respeito para o radicalismo", disse Morales em uma coletiva de imprensa.
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