Segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (25) pelo canal televisivo, a ferramenta de invasão por meio de um malware era utilizada para acessar conteúdo de computadores via disparo de um e-mail, por mensagem de texto, por WhatsApp Web e por acesso físico ao computador.
A investigação agora busca descobrir quantos computadores foram infectados, espionados e quem são os alvos. Ainda segundo a reportagem, as informações seguem sob sigilo para não atrapalhar os desdobramentos das apurações.
A descoberta ocorreu depois que a Polícia Federal realizou buscas e apreensões de materiais na sede da Abin e em domicílios de servidores, na última sexta-feira (20), para apurar suspeita de rastreamento ilegal de celulares por servidores do órgão.
Nesta terça-feira (24) a Abin exonerou seu secretário de Planejamento e Gestão, Maurício Fortunato Pinto, e mais dois servidores, que já haviam sido afastados na operação de sexta-feira passada.
De acordo com a PF, um software de monitoramento (FirstMile) foi utilizado ilegalmente milhares de vezes para monitorar jornalistas, ministros e opositores do antigo governo federal, por meio do GPS dos celulares das vítimas. A ferramenta, produzida por uma empresa israelense, foi usada nos três primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro. A Abin reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021.
O diretor do órgão durante esse período era Alexandre Ramagem, que atualmente é membro do mesmo partido político que Bolsonaro, o PL. A revelação do uso inadequado do programa espião veio à tona em março, por meio do jornal O Globo, o que levou à abertura de uma investigação na Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.