Panorama internacional

Países europeus ignoram cessar-fogo ao pedir corredor humanitário na Faixa de Gaza

Saúde em colapso, estoques de alimentos no fim e relatos de pessoas recorrendo a fontes de água poluídas. A crise sem precedentes que atinge a Faixa de Gaza, por conta dos bombardeios constantes de Israel, fez a União Europeia pedir a criação de corredores humanitários. Apesar disso, não há nenhuma defesa ao cessar-fogo no documento.
Sputnik
"O Conselho Europeu expressa profunda preocupação com a deterioração da situação humanitária em Gaza, solicitando um acesso humanitário contínuo, rápido, seguro e sem obstáculos, que assegure a entrega de ajuda àqueles que dela necessitam, utilizando todas as medidas necessárias, incluindo corredores humanitários e pausas por motivos humanitários", informa em comunicado.
O documento da entidade, que é aliada histórica de Israel, foi divulgado nesta quinta-feira (26) após discussões intensas sobre o conflito entre Israel e Hamas. O número de mortes já ultrapassa 8,5 mil, sendo mais de 7 mil só na Faixa de Gaza. Mais de 18 mil pessoas também ficaram feridas, o que deixou os hospitais em situação de colapso.
Apesar de não defender o cessar-fogo, a União Europeia elogiou "iniciativas diplomáticas de paz" e pediu a realização de uma conferência internacional sobre a crise no Oriente Médio "em um futuro próximo".
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Com o aumento das tensões com o Hezbollah, na fronteira entre Israel e Líbano e, também, na Síria, os líderes europeus destacaram a necessidade de "evitar uma escalada do conflito na região". Para isso, defendeu a necessidade de incluir a Autoridade Nacional Palestina nas conversas.

"O Conselho Europeu sublinha veementemente o direito de Israel de se defender, em conformidade com o direito internacional e o direito humanitário internacional. Reitera o seu apelo ao Hamas para que liberte imediatamente todos os reféns, sem qualquer condição prévia", acrescentou.

Conflito já dura quase 20 dias

Em 7 de outubro, o Hamas lançou milhares de foguetes a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes que driblou o sistema de defesa de Israel. Além de atingir várias cidades, o movimento invadiu o país por meio das fronteiras na porção sul. Na sequência, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país estava em guerra.
Em resposta, o Exército israelense mobilizou 360 mil reservistas, iniciou ataques aéreos diários e também se prepara para uma ofensiva terrestre. Segundo a Autoridade Nacional Palestina, a operação pode deixar entre 10 mil a 15 mil pessoas mortas.
Desde 9 de outubro, Israel mantém o enclave palestino sem suprimentos básicos, apesar de ter retomado no dia 16 de outubro o fornecimento de água para o sul de Gaza. A ajuda humanitária com comida e medicamentos só começou a chegar no sábado (21).
Israel ainda lançou uma ordem de evacuação para que metade da população de Gaza, que tem 2,3 milhões de habitantes, se desloque para a região sul. Apesar disso, os bombardeios aumentaram nessa porção do território. Pelo menos 200 pessoas ainda são mantidas reféns pelo Hamas.
Países como Rússia e Brasil apelaram a Israel e ao Hamas para que cessem as hostilidades e negociem um cessar-fogo. Ademais, aumentam as vozes a favor da solução de dois Estados como a única via possível para alcançar uma paz duradoura na região.
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