Panorama internacional

Líder do Centro de Memória do Holocausto critica Israel por usar estrela amarela na ONU: 'Desonra'

Na visão do presidente israelense do centro, o qual é reconhecido em todo o mundo como uma fonte autorizada de estudos sobre o Holocausto, o ato desonrou as vítimas da Segunda Guerra Mundial bem como o Estado de Israel.
Sputnik
O Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem, através de seu presidente, Dani Dayan, criticou nesta terça-feira (31) a delegação israelense nas Nações Unidas por colocar estrelas amarelas, um símbolo da perseguição nazista aos judeus, durante uma reunião do Conselho de Segurança.

"Lamentamos ver os membros da delegação israelense na ONU usando um distintivo amarelo. Este ato desonra tanto as vítimas do Holocausto como o Estado de Israel. A mancha amarela simboliza o desamparo do povo judeu e o fato de estar à mercê dos outros. Hoje temos um país independente e um Exército forte. Somos donos do nosso destino. Hoje colocamos uma bandeira azul e branca na lapela, não uma mancha amarela", afirmou Dayan em um post na rede social X (antigo Twitter).

Os nazistas forçaram os judeus na Alemanha e em alguns países europeus ocupados durante a Segunda Guerra Mundial a usarem estrelas amarelas em suas roupas, como parte de um programa de perseguição que culminou no Holocausto, no qual seis milhões de judeus foram assassinados.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, e outros delegados colocaram estrelas amarelas com as palavras "nunca mais" escritas em suas jaquetas durante um debate na segunda-feira (30) sobre a subsequente guerra contra o Hamas lançada por Israel na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros líderes fizeram comparações diretas entre o ataque do Hamas e a perseguição nazista aos judeus, mas a briga sobre o uso do símbolo da estrela amarela sublinha o quão sensíveis as comparações com o Holocausto permanecem para muitos.
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Dayan é conhecido por ser um dos líderes mais "eficientes dos assentamentos israelenses" e considerado o "rosto" do movimento na comunidade internacional.
Em 2015, Dayan foi nomeado por Netanyahu para ser o embaixador de Israel no Brasil, mas a indicação gerou revoltas dos movimentos sociais brasileiros que questionaram a nomeação o acusando de violar o direito internacional nas comunidades palestinas devido a sua opinião e ações em relação aos assentamentos na Cisjordânia.
Em janeiro de 2016, embaixadores brasileiros de todas as esferas políticas lançaram um manifesto apoiando o governo brasileiro. No dia 28 de março de 2016, após sete meses de impasse, Netanyahu anunciou que Dayan seria nomeado cônsul-geral de Israel em Nova York, o que encerrou a crise diplomática.
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