Panorama internacional

Israel volta a cortar Internet e telefone na Faixa de Gaza

Menos de três dias após o restabelecimento das comunicações na Faixa de Gaza, Israel voltou a cortar Internet e telefone de quase 2,3 milhões de pessoas que vivem no território. A informação foi confirmada pela agência de telecomunicações palestina nesta quarta-feira (1º) nas redes sociais.
Sputnik

"Ao nosso bom povo no amado país, lamentamos anunciar que as comunicações e os serviços de Internet foram completamente cortados em Gaza", disse a Companhia Palestina de Telecomunicações (Paltel) no X.

A mesma medida foi tomada pelo governo israelense na última sexta-feira (27), quando os ataques contra Gaza foram intensificados. Na data, também aconteceu uma rápida incursão terrestre na área mais populosa da região, com combates intensos com o Hamas.
O corte das comunicações foi criticado por instituições ao redor do mundo, especialmente aquelas ligadas a serviços humanitários, como agências da ONU e Médicos Sem Fronteiras, e os políticos de Gaza. Até mesmo o bilionário americano Elon Musk se voluntariou a providenciar Internet para ONGs internacionais na região através do serviço Starlink, de sua empresa de exploração espacial SpaceX.
Com isso, hospitais também ficaram sem comunicação e até os atendimentos realizados por ambulâncias estavam comprometidos. O conflito já dura mais de 20 dias e pelo menos oito mil pessoas morreram em Gaza, sendo mais de 60% mulheres e crianças. Outras 21,5 mil ficaram feridas.
Em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, o Egito, que faz fronteira com Gaza através da passagem de Rafah, posicionou diversos tanques e veículos blindados na região. Também é nessa área que chega a ajuda humanitária, que até o momento levou pouco mais de 250 caminhões com alimentos, água e remédios. Segundo a ONU, são necessários pelo menos 300 por dia para atender as necessidades dos palestinos.

Diretor diz que há genocídio em Gaza

Ainda na terça (31), o diretor do escritório em Nova York do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Craig Mokhiber, que deixou o cargo para se aposentar, disse o Israel provoca um verdadeiro genocídio em Gaza. Além disso, o líder afirmou que a entidade falhou, além de estar submetida aos interesses e pressão dos Estados Unidos.

"Mais uma vez, estamos vendo um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a organização a que servimos parece impotente para impedi-lo. O mundo está assistindo. Todos nós seremos responsáveis por nossa posição nesse momento crucial da história", disse.

Oficialmente, a ONU não fala em genocídio, apesar de dizer que há crimes de guerra na região. Isso já levou Israel a suspender a emissão de passaportes para funcionários da entidade que iriam para o país.
Um documento do Ministério da Inteligência de Israel divulgado pela imprensa do país mostrou que tem planos para realocar toda a população da Faixa de Gaza para a península do Sinai, no Egito. As chamadas "cidades de barracas" seriam permanentes na região e a população forçada a deixar o território proibida de retornar.
Panorama internacional
Se você chegar perto da fronteira, será morto, relata à Sputnik palestino refugiado no Brasil
A guerra começou no dia 7 de outubro, quando o movimento fez um ataque surpresa com foguetes em grande escala que atingiu o território de Israel. Além disso, militantes atravessaram a fronteira pela região sul e provocaram milhares de mortes, além de sequestrar mais de 220 pessoas. Uma das regiões mais pobres do mundo, Gaza tem mais de 80% da população na pobreza e sofre um bloqueio israelense por terra, ar e mar desde 2007.
Comentar