Entretanto, a contagem foi divulgada horas antes do novo ataque contra o campo de refugiados de Jabalia que, de acordo com a mídia dos EUA, deixou pelo menos 80 mortos.
Outras 22 mil ficaram feridas e as unidades de saúde estão em situação de colapso. Desde o fim da última semana, Israel realiza incursões terrestres, principalmente na Cidade de Gaza, a mais populosa da região.
Por conta dos bloqueios por terra, água e mar, aliados à destruição causadas pelos bombardeios, a região vive uma crise humanitária sem precedentes. Além de comida e alimentos, os estoques de combustíveis estão praticamente no fim e a ONU alertou que a principal agência das Nações Unidas que atua em Gaza foi saqueada por "palestinos desesperados por comida".
O território chegou a ficar dias sem comunicação, o que atrapalhou até atendimentos de ambulância aos feridos. Em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, o Egito, que faz fronteira com Gaza através da passagem de Rafah, posicionou diversos tanques e veículos blindados na região.
Também é nessa área que chega a ajuda humanitária, que até o momento levou pouco mais de 250 caminhões com alimentos, água e remédios. Segundo a ONU, são necessários pelo menos 300 por dia para atender as necessidades dos palestinos.
Em um novo ataque nesta quarta a um campo de refugiados, pelo menos 80 pessoas morreram, somadas a outras 50 na segunda (30). O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Richard Hecht, chegou a afirmar que as forças militares atacaram o campo de Jabalia "em uma tentativa de eliminar um comandante do Hamas", acrescentando que a morte de civis foi resultado de uma "tragédia da guerra".
Para a ONU, esses ataques podem ser considerados crime de guerra. "Dado o elevado número de vítimas civis e [dada] a magnitude da destruição causada pelos ataques aéreos israelenses contra o campo de refugiados de Jabalia, estamos seriamente preocupados que estes sejam ataques desproporcionais, que possam constituir crimes de guerra", diz comunicado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Cisjordânia também registra mortes
Em outro território palestino, também foram registradas mortes, apesar do conflito não se concentrar na região. Ao todo, são pelo menos 130 óbitos e outras 2.100 pessoas feridas.
Na terça (31), o diretor do escritório em Nova York do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Craig Mokhiber, que deixou o cargo para se aposentar, disse o Israel provoca um verdadeiro genocídio em Gaza. Além disso, o líder afirmou que a entidade falhou, além de estar submetida aos interesses e pressão dos Estados Unidos.
"Mais uma vez, estamos vendo um genocídio se desenrolar diante de nossos olhos, e a Organização a que servimos parece impotente para impedi-lo. O mundo está assistindo. Todos nós seremos responsáveis por nossa posição nesse momento crucial da história", disse.