O número de feridos é de quase 800 pessoas, enquanto 120 estão desaparecidas. Imagens mostraram a força dos bombardeios, que deixaram um buraco no meio da localidade, onde vivem mais de 110 mil pessoas.
O distrito densamente povoado nasceu após receber famílias retiradas de terrenos que passaram a pertencer a Israel. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) classificou a situação como uma "carnificina" e que as cenas eram "horríveis e terríveis". Entre as vítimas, há muitas mulheres e crianças.
"Embora ainda não tenhamos estimativas do número de vítimas do ataque, as casas das pessoas foram destruídas, centenas aparentemente ficaram feridas e mortas, com muitas crianças alegadamente entre as vítimas", disse a entidade em comunicado.
Só no ataque desta quarta realizado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), o número de mortos é de pelo menos 80. Na sequência, o país divulgou que conseguiu eliminar um comandante do Hamas após o bombardeio. Já sobre a morte de civis, o porta-voz do Exército israelense, tenente-coronel Richard Hecht, se limitou a dizer que foi uma "tragédia da guerra".
Bloqueios duram mais de 20 dias
Considerada uma das regiões mais vulneráveis do mundo, a Faixa de Gaza teve quase nove mil mortes desde o dia 7 de outubro. Além disso, enfrenta bloqueios de Israel por terra, ar e mar, o que levou a população a ficar sem comida, água, medicamentos e combustível.
A ajuda humanitária só foi iniciada na última semana, mesmo assim a conta-gotas, com apenas pouco mais de 250 caminhões entrado até o momento no posto da fronteira com o Egito. Segundo a ONU, são necessários pelo menos 300 por dia para amenizar a situação.
A guerra começou no dia 7 de outubro, quando o Hamas lançou um ataque surpresa com foguetes em grande escala contra Israel a partir da Faixa de Gaza. Além disso, o movimento atravessou a fronteira na porção sul, onde matou e sequestrou pessoas nas comunidades israelenses vizinhas. Israel lançou ataques aéreos e ordenou o bloqueio total da Faixa de Gaza, onde vivem quase 2,3 milhões de pessoas, cortando o fornecimento de água, alimentos e combustível.
Em 27 de outubro, Israel iniciou uma incursão terrestre em grande escala dentro da Faixa de Gaza para eliminar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns.