O ataque matou 15 pessoas e feriu mais de 60, segundo a entidade. Em comunicado, Guterres disse que ficou "horrorizado" e que o conflito "deve parar". Só na Faixa de Gaza, quase 9,4 mil pessoas já morreram.
"Estou horrorizado com o ataque relatado em Gaza a um comboio de ambulâncias fora do Hospital al-Shifa. As imagens de corpos espalhados na rua fora do hospital são angustiantes", afirmou o chefe das Nações Unidas.
A justificativa de Israel foi que lançou um ataque aéreo contra "uma ambulância que foi identificada pelas forças como sendo usada por uma célula terrorista do Hamas próxima à sua posição na zona de combate".
Guterres voltou a lembrar que não esqueceu dos ataques terroristas cometidos em Israel pelo Hamas, mas pontuou que "por quase um mês, civis em Gaza, incluindo crianças e mulheres, têm sido sitiados, negados de ajuda, mortos e expulsos de suas casas".
A relação entre Israel e a ONU está cada vez pior por conta do conflito: além do país judeu cancelar o passaporte de funcionários da entidade, o que inviabilizou a entrada em Tel Aviv, o governo israelense não acatou a resolução da Assembleia Geral sobre um cessar-fogo e necessidade de ajuda humanitária.
Situação humanitária em Gaza é 'horrível'
Segundo Guterres, não há "quase o suficiente" de comida, água e medicamentos para a população de Gaza, que é de quase 2,3 milhões de pessoas. Além disso, falta combustível para transportes e até hospitais, além das usinas de dessalinização de água estarem quase parando.
Com mais de um milhão de pessoas forçadas a se deslocarem por conta do conflito, que iniciou no dia 7 de setembro, os abrigos da ONU em Gaza estão com quase quatro vezes sua capacidade total e, mesmo assim, são atingidos por bombardeios.
"Os necrotérios estão transbordando. As lojas estão vazias. A situação de saneamento é abismal. Estamos vendo um aumento de enfermidades e doenças respiratórias, especialmente entre as crianças. Uma população inteira está traumatizada. Nenhum lugar é seguro", disse.
O secretário-geral da ONU voltou a pedir um cessar-fogo, além da libertação dos mais de 220 reféns que estão sob o poder do Hamas. A guerra começou após o ataque do movimento, que deixou mais de 1,4 mil mortos no país.
Por fim, Guterres disse que as duas partes devem respeitar o direito internacional humanitário e proteger os civis. "Todos os que têm influência devem exercê-la para garantir o respeito às regras de guerra, pôr fim ao sofrimento e evitar que o conflito se alastre e envolva toda a região", alegou.