Israel utilizou os kits especificados nas suas operações militares, incluindo recentes ataques aéreos na Faixa de Gaza. Esses ataques suscitaram preocupações devido ao seu impacto no terreno, resultando na perda de aproximadamente 10 mil vidas palestinas, sendo 40% das vítimas crianças e adolescentes, segundo dados considerados por diversas organizações internacionais.
Embora se espere que esses kits reduzam o número de vítimas civis, o conflito recente pôs em evidência o impacto devastador dessas munições, especialmente nas zonas urbanas. Israel possui um arsenal significativo de munições aéreas, incluindo bombas de mil libras (453 kg) e 2 mil libras (900 kg), que estão entre as maiores utilizadas por qualquer força militar.
Um ataque aéreo no dia 31 de outubro no campo de refugiados densamente povoado de Jabaliya, em Gaza, envolvendo bombas de 2 mil libras, resultou em numerosas vítimas e feridos, levando a narrativas contraditórias sobre o alvo e as suas consequências.
A aprovação da venda do equipamento pelo Departamento de Estado norte-americano coincidiu com o ataque de 31 de outubro a Jabaliya. A Rafael Advanced Defense Systems, fabricante israelense de armas, vai pagar US$ 320 milhões por equipamentos e serviços relacionados a kits de bombas de precisão. A venda está sendo facilitada pela Rafael USA, empresa norte-americana ligada à empresa israelense, com sede em Maryland.
É importante ressaltar que essa venda está sendo feita diretamente entre empresas, contornando o governo dos EUA. Embora a carta seja datada de 31 de outubro e tenha sido enviada a vários escritórios do Congresso, ela não está disponível publicamente nos sites do Legislativo americano ou no site oficial do Departamento de Estado.
O pedido israelense de autorização para comprar US$ 320 milhões em equipamentos antibomba foi feito no início deste ano e passou por um processo informal de revisão em comitês do Congresso, mas não havia recebido a aprovação final do Departamento de Estado antes dos ataques de 7 de outubro, de acordo com um funcionário que trabalhou na agência. O contrato anterior, no valor de quase US$ 403 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão), foi aprovado em 5 de fevereiro.