A África do Sul chamará o embaixador de Israel para emitir-lhe uma diligência (repreensão formal no meio diplomático), disse um alto funcionário sul-africano de política externa nesta quarta-feira (8) à Reuters.
Na segunda-feira (6), o país africano criticou o embaixador Eliav Belotsercovsky pelos comentários que fez. No entanto não deu maiores detalhes sobre o conteúdo das declarações.
"Espero que a diligência seja solicitada hoje [8]. Não tenho certeza de quando ele [Belotsercovsky] chegará", disse Zane Dangor, diretor-geral do Departamento de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul.
A ministra da Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, comentou que o gabinete notou os "comentários depreciativos do embaixador israelense na África do Sul sobre aqueles que se opõem às atrocidades e ao genocídio do governo israelense" e acrescentou que o departamento de relações internacionais foi instruído a "tomar as medidas necessárias dentro dos canais diplomáticos e protocolos para lidar com sua conduta".
Ntshavheni também disse que a posição de Belotsercovsky no país era "insustentável", segundo a AP News.
A chanceler sul-africana, Naledi Pandor, afirmou que "o embaixador de Israel tem feito uma série de comentários […] sem ter tido qualquer discussão com altos membros do governo da África do Sul".
"Não sei se porque [este] é um país africano e eles nos desrespeitam, mas é algo que não devemos tolerar", acrescentou Pandor segundo a Reuters.
Questionada no Parlamento sobre se tinha apresentado uma proposta para expulsar Belotsercovsky, Pandor disse que não.
"Quanto à expulsão, não há decisão a respeito neste momento. Se tal decisão for tomada, nós […] faremos o anúncio necessário", afirmou a chanceler.
Há dois dias, o governo sul-africano chamou de volta o seu embaixador e sua missão diplomática em Israel, condenando o bombardeamento da Faixa de Gaza ao caracterizá-lo como "genocídio".
A África do Sul está entre vários países que chamaram de volta os seus embaixadores em Tel Aviv para protestar contra as operações militares em Gaza, incluindo Chile, Colômbia e Honduras. A Bolívia rompeu relações diplomáticas com o país.