Panorama internacional

Aliados pressionam Israel para pausas e 'desimpedir' chegada de ajuda humanitária, diz mídia

Israel enfrentou pressão de alguns de seus aliados mais próximos nesta quarta-feira (8) sobre a situação dos civis em Gaza, onde milhares de pessoas saíram a pé do norte do enclave por causa da escassez de alimentos e água e do medo de se aproximar das forças israelenses.
Sputnik
De acordo com a AP, mais de 70% da população de Gaza, de 2,3 milhões, já abandonou as suas casas e o número de pessoas que se dirigem para o sul aumentou recentemente, à medida que as tropas israelenses combatem os militantes do Hamas dentro da cidade de Gaza e a situação humanitária se torna cada vez mais terrível.
O G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) anunciou uma posição unificada sobre a guerra Israel-Hamas após intensas reuniões em Tóquio, condenando o Hamas e apoiando o direito de Israel à autodefesa. Entretanto, o grupo também apelou nesta quarta-feira pela entrega "desimpedida" de alimentos, água, medicamentos e combustível, e por "pausas humanitárias" nos combates.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deixou aberta a possibilidade de pequenas pausas para a entrega de ajuda humanitária, mas descartou um cessar-fogo mais amplo, a menos que todos os reféns sejam libertados. Por outro lado, o impasse em torno de uma pausa no conflito se dá porque o Hamas desconsidera qualquer libertação de reféns enquanto Gaza estiver sendo retaliada por Tel Aviv.
Enquanto Israel argumenta que seu foco tem sido o destino dos mais de 240 reféns feitos pelo Hamas e outros grupos militantes, o apoio ao governo israelense permanece forte, apesar de todo o bombardeio coordenado sobre Gaza e mesmo diante de tantos apelos humanitários por um cessar-fogo.
Segundo a apuração, cerca de 15 mil pessoas fugiram do norte de Gaza — usando a principal rodovia norte-sul durante uma janela de quatro horas anunciada por Israel — ainda na terça-feira (7), o triplo do número que saiu na segunda-feira (6), de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).
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Centenas de caminhões que transportam ajuda humanitária foram autorizados a entrar em Gaza vindos do Egito desde 21 de outubro. Mas os trabalhadores humanitários dizem que isso está longe de ser suficiente.
Segundo o relato de moradores da região à AP, fortes explosões foram ouvidas durante a noite desta quarta-feira em toda a cidade de Gaza e no campo de refugiados de Shati, que abriga famílias palestinas que fugiram ou foram expulsas de seus territórios.
O principal porta-voz do Exército israelense, o contra-almirante Daniel Hagari, disse na noite de terça-feira que as forças terrestres haviam alcançado "as profundezas da cidade de Gaza", e o Exército de Israel afirmou nesta quarta que matou um dos principais desenvolvedores de foguetes e outras armas do Hamas, sem fornecer detalhes.
O Hamas nega que as tropas israelenses tenham obtido quaisquer ganhos significativos ou entrado na cidade de Gaza, o que dificulta a confirmação dos dados fornecidos por ambos os lados do conflito.
Israel está concentrando suas operações na cidade, que era o lar de cerca de 650 mil pessoas antes da guerra e onde os militares dizem que o Hamas tem o seu comando central e um labirinto de túneis. Centenas de milhares de pessoas atenderam às ordens israelenses nas últimas semanas para fugir do norte, onde a cidade está localizada, embora Israel também ataque rotineiramente o que diz serem alvos militantes no sul, muitas vezes matando civis.
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