O teste industrial ocorreu por meio de tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da estatal. O objetivo é gerar produtos petroquímicos totalmente renováveis, de acordo com o informe. O processamento nesse tipo de unidade — craqueamento catalítico fluido (FCC) — é o primeiro do mundo, segundo a empresa.
A partir desse refino, será possível produzir insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP, combustíveis marítimos, propeno, entre outros, usados nas indústrias de borracha sintética, nylon e PVC.
Os testes concluíram que os teores alcançados de concentração de BTX, empregando catalisadores, são capazes de atender aos níveis exigidos para formular gasolinas de elevado desempenho, praticamente isenta de enxofre.
O comunicado adianta que o segundo teste está programado para junho de 2024, quando será coprocessada carga mineral com bio-óleo (matéria-prima avançada de biomassa não alimentar) e produzido propeno, gasolina e diesel, todos com conteúdo renovável. A Petrobras está investindo cerca de R$ 45 milhões para desenvolver o processamento de carga renovável.
Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a companhia tem como uma de suas prioridades a transição energética.
"Estamos fazendo derivados típicos de petróleo a partir de óleo vegetal. É inovação e transição energética combinadas em benefício do Brasil. É a Petrobras voltando a liderar grandes processos de transformação técnica, econômica e social, com repercussão global", disse Prates.
Os testes na área do biorrefino começaram por meio da cooperação entre as empresas que têm participação acionária na RPR: Petrobras, Braskem e Ultra, iniciada em maio de 2023.
O primeiro teste industrial começou na última semana de outubro. Nessa etapa, a RPR recebeu 2 mil toneladas de óleo de soja e fez uma manutenção na unidade de FCC, de acordo com as orientações do Cenpes. Na etapa seguinte, em 1º de novembro, teve início o processamento da carga 100% renovável e foi comprovada a viabilidade da operação.