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Brasil vê 'bravata' e decide ignorar Milei após candidato chamar Lula de 'corrupto', diz mídia

Membro do governo Lula definiu Milei como "um bravateiro", acrescentando que o presidente brasileiro se reunirá com o futuro líder da Argentina, seja ele o peronista Sergio Massa ou Javier Milei.
Sputnik
Durante entrevista para o canal do YouTube do jornalista Jaime Bayly, o candidato à presidência da Argentina, Javier Milei, disse que não se reuniria com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja eleito, por ele ser "comunista" e "corrupto".
De acordo com um ministro que integra o governo de Lula, ouvido pela Folha de São Paulo, o argentino ficará sem resposta.
"Vamos ignorar. É isso o que ele quer: nos puxar para a briga para depois nos acusar de interferência nas eleições", disse o ministro que não teve seu nome citado pela mídia.
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O embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, saiu em defesa de Lula e acrescentou que "a relação com o Brasil é estratégica. E os acordos são importantes, como o que selados durante a visita de Lula a Buenos Aires, em janeiro".

"Já vivi uma situação similar com Bolsonaro, e conseguimos reconstruir o vínculo bilateral. Agora [com Milei], nos encontramos com numa definição que é absolutamente errada, porque Lula não é nem comunista nem corrupto. Que Lula não é corrupto foi dito, nada mais e nada menos, do que pela Corte Suprema de Justiça do Brasil, que falou no uso da Justiça com fins políticos […] Definir Lula como comunista é absurdo, levando em consideração a formação de seu governo, começando por seu vice-presidente", disse Scioli em entrevista ao jornal O Globo.

Sem apresentar provas, Milei, que pertence ao partido A Liberdade Avança, já vinha acusando o presidente brasileiro de interferir no pleito do país vizinho, e na semana passada, acusou Lula de financiar a campanha de seu adversário.
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No domingo (5), o candidato disse, em entrevista ao canal de TV do grupo La Nación, que, segundo informações recebidas de bolsonaristas e "alguns jornalistas brasileiros", Lula e estrategistas do PT "estão semeando medo na sociedade" argentina, relembrou a mídia.
As denúncias, porém, não foram confirmadas por seu principal articulador político, Guillermo Francos, que disse não ter provas sobre a suposta ingerência de Lula na campanha argentina.
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