Ontem (8), a Polícia Federal (PF) brasileira deflagrou a operação antiterrorista Trapiche nos estados de Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal, a fim de investigar o recrutamento de brasileiros para o cometimento de atos extremistas.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou pelas redes sociais que a agência israelense havia contribuído com as investigações da PF.
"Os serviços de segurança brasileiros, juntamente ao Mossad e os parceiros da comunidade de segurança israelense […] frustraram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah sob a direção e o financiamento do regime iraniano", disse o gabinete, conforme noticiado.
Hoje (9), o ministro da Justiça, Flávio Dino, usou as redes sociais para ressaltar que nenhum representante de governo estrangeiro "pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal".
Além de Tel Aviv ter divulgado a informação da parceria com a PF, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou ao jornal O Globo que o Hezbollah planejou um ataque terrorista a entidades judaicas e sinagogas em território brasileiro "por poder contar com apoiadores no país".
Todo o contexto levou Dino a se posicionar e dizer que o Brasil é um país soberano e que as investigações ainda estão em andamento.
"Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário. Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é dever da Polícia Federal investigar, para confirmar ou não as hipóteses investigativas", ressaltou o ministro.
Um dos investigados pela Polícia Federal por planejar ataques confirmou em depoimento que foi recrutado pelo Hezbollah. Esse investigado é um dos 11 suspeitos alvos de mandados de busca e apreensão ontem (8). Outros dois foram alvos de mandado de prisão, de acordo com a CNN.
Ainda segundo a mídia, a PF investiga a origem dos US$ 5 mil (cerca de R$ 25 mil) apreendidos com um dos dois suspeitos. O setor de inteligência da PF apura se o dinheiro foi pagamento do Hezbollah pelo suposto planejamento de ataques contra prédios da comunidade judaica no Brasil. As notas de dinheiro vão passar por perícia.